"Considero que a prova se mantém e não foi infirmada pelas suas declarações", afirmou Cândida Vilar, durante as alegações finais do debate instrutório do caso da invasão à Academia do Sporting, em Alcochete.
A procuradora do Ministério Público admitiu que, tal como referido na acusação, Bruno de Carvalho “sabia o que se ia passar na Academia”.
Por este motivo, a procuradora solicitou que o juiz, Carlos Delca, mantenha a Bruno de Carvalho, como medida de coação, a obrigação de apresentações diárias.
Cândida Vilar pediu que os 44 arguidos sejam levados a julgamento, embora tenha solicitado que vários dos detidos preventivamente passem para Obrigação de Permanência na Habitação com Vigilância Eletrónica (OPHVE)", entre os quais Bruno Jacinto, antigo oficial de ligação aos adeptos.
Em prisão preventiva vai continuar Nuno Mendes (Mustafá), líder da claque Juventude Leonina, que, segundo a procuradora “foi referido por todos os envolvidos no processo como uma pessoa profundamente violenta”.
Cândida Vilar referiu que a acusação considera que os arguidos “não cometeram o crime de terrorismo” e esclareceu: “os senhores cometeram crimes de ofensas, ameaças e sequestro, que são agravados pelo contexto de terrorismo”.
A procuradora pediu também a manutenção da prisão preventiva para o arguido Elton Camará, por considerar "que este não mostrou arrependimento".
Camará acabou por ser expulso da sala de audiências, do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, depois de o juiz considerar que este desrespeitou a procuradora.
As alegações finais do debate instrutório prosseguem na segunda-feira, com a argumentação dos advogados de defesa.
Aos arguidos que participaram diretamente no ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, em 15 de maio de 2018, o MP imputa-lhes na acusação a coautoria de crimes de terrorismo, de 40 crimes de ameaça agravada, de 38 crimes de sequestro, de dois crimes de dano com violência, de um crime de detenção de arma proibida agravado e de um de introdução em lugar vedado ao público.
O antigo presidente do clube Bruno de Carvalho, Mustafá, líder da claque Juventude Leonina, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 de ofensa à integridade física qualificada, de 38 de sequestro, de um crime de detenção de arma proibida e de crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. Mustafá está também acusado de um crime de tráfico de droga.
(Notícia atualizada às 21:42)
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