"Os sportinguistas respondem à chamada, vêm dizer qual a sua vontade e temos de a respeitar. Independentemente do resultado, temos de respeitar a sua decisão. Espero que a paz volte ao clube a partir de amanhã (domingo), para que o clube possa resolver as suas questões, provavelmente as mais graves da sua história centenária", afirmou.
Vicente Moura, que abandonou o cargo de vice-presidente em maio de 2017, falava aos jornalistas à chegada à Altice Arena, em Lisboa, onde decorre a reunião magna na qual os sócios vão decidir a continuidade de Bruno de Carvalho à frente do clube.
"Desconheço por completo o Bruno de Carvalho deste último ano. Entrei há cinco anos e ele não é o mesmo. Fez um excelente trabalho para o Sporting, mas depois tornou-se um peso muito grande", disse o antigo dirigente ‘leonino’, que tinha o pelouro das modalidades.
Esta é a primeira Assembleia Geral (AG) de destituição da história do clube, na qual os sócios decidem o futuro do presidente, Bruno de Carvalho, legitimado há quatro meses por larga maioria.
A reunião magna foi convocada com o objetivo de decidir o afastamento ou a continuidade de Bruno de Carvalho, figura central de uma crise que se agudizou com a perda do segundo lugar na I Liga de futebol e a invasão de adeptos à Academia do Sporting, em Alcochete.
Bruno de Carvalho, que em fevereiro viu uma larga maioria de sócios legitimar o seu mandato - aprovando alterações aos estatutos e ao regulamento disciplinar, e a continuidade dos órgãos sociais - é o primeiro presidente a enfrentar a possibilidade ser afastado em quase 112 anos de história do clube.
Eleito em 2013 e reconduzido em 2017, Bruno de Carvalho considerou, desde o início, que a AG é ilegal, e garantiu, mais tarde, que não marcaria presença no plenário que decorre na Altice Arena, em Lisboa, desde as 14:00.
Em vésperas da AG, o presidente ‘leonino’ afirmou que se afasta do cargo se a sua destituição for votada de forma fidedigna.
A AG foi convocada por Jaime Marta Soares em 24 de maio, numa altura em que presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) já tinha dito publicamente que se demitira, embora nunca tenha formalizado o pedido.
Além da MAG, o clube ficou também sem quórum no Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), e o Conselho Diretivo (CD), liderado por Bruno de Carvalho, perdeu seis membros.
A maioria dos pedidos de demissão surgiram logo após 15 de maio, dia em que vários futebolistas do plantel e elementos da equipa técnica e do staff foram agredidos na Academia por cerca de 40 adeptos encapuzados, dos quais 27 foram detidos e ficaram em prisão preventiva.
Estes acontecimentos, levaram os futebolistas Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Bruno Fernandes, Battaglia, Bas Dost, Podence, Ruben Ribeiro e Rafel Leão a rescindirem contrato alegando justa causa.
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