Além da “difícil situação com os preços baixos na produção”, com menos 100 euros por tonelada, em relação a 2022, acresce agora a “impossibilidade do escoamento”, dado as cooperativas agrícolas da região que escoam o milho, (Montemor-o-Velho, Coimbra e Bebedouro, em Arazede), terem os silos cheios, e por isso não recebem a produção do Baixo Mondego, afirma a ADACO, numa nota de imprensa hoje divulgada.
De acordo com esta associação de agricultores, a situação ocorre principalmente devido às importações do Leste Europeu, principalmente da Ucrânia e Polónia, e da descarga de barcos oriundos da América do Sul.
“Nestas duas últimas semanas, dois barcos com dezenas de milhares de toneladas oriundos da América do Sul, foram descarregadas em Portugal”, aponta.
Dezenas de tratores estão parados em frente a estas cooperativas “à espera que seja dada luz verde” para poderem descarregar o seu milho.
Dado este contexto, os agricultores vêm-se impedidos de colher o milho que está no campo, visto que não há escoamento desta cultura.
Relativamente ao produto que já foi colhido, os agricultores têm de o “guardar em casa ou deixar nos atrelados dos tratores”.
Segundo a ADACO, esta situação põe em risco a colheita de milho no Baixo Mondego, que ronda uma área de cerca de 6.000 hectares.
“É escandaloso que, estando a produção nacional sem soluções de escoamento, o Governo português permita as importações como se nada de anormal se passe”, alega.
Caso esta situação não seja resolvida, os prejuízos na cultura do milho, no Baixo Mondego, são, segundo estimativas adiantadas pela Associação, de “vários milhões de euros”.
É, por isso, necessário que o “Governo acione urgentemente os mecanismos nacionais e europeus que impeça as importações desnecessárias de milho, até que a produção nacional seja escoada”.
A ADACO deu ainda nota de que contactou o Ministério da Agricultura, mas não obteve resposta.
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