“Estamos confiantes, porque o setor se mostrou resiliente”, afirmou o presidente da Associação do Alojamento Local dos Açores, Rui Correia, em declarações à agência Lusa.

Rui Correia sublinhou que, depois de 2020 ter sido um ano para “riscar do calendário”, o verão de 2021 “foi bom” e as estatísticas para o ano também mostram “confiança na evolução positiva do setor” em termos de hóspedes residentes em Portugal, pois quanto a hóspedes estrangeiros ainda não se atingiram os valores de 2019.

“Apesar de, a dada altura, algumas pessoas terem ponderado sair do negócio, mantiveram-se. Não nos podemos esquecer que muitos dos pequenos empresários, e trabalhadores em nome individual, não receberam qualquer tipo de apoio. Contudo, conseguiram, porque acreditam no turismo dos Açores e acreditam no alojamento local e isto foi muito importante para haver oferta de camas durante o período da época alta”, observou.

Ainda assim, o presidente da Associação do Alojamento Local dos Açores considerou que ainda se colocam “algumas dúvidas” sobre os números finais do ano.

“Estamos confiantes no próximo ano, mas só quando fecharmos o ano todo é que vamos tentar perceber que perspetivas vamos ter para 2022”, sustentou Rui Correia, alertando que não se deve centrar o foco só na época alta, já que são meses que funcionam sempre bem, pois os turistas visitam sempre os Açores por altura do verão.

Para o presidente da Associação do Alojamento Local dos Açores, o destino Açores neste momento “concorre de formal global com outros destinos”.

O responsável considera que “a época alta de 2021 mostrou que o turismo açoriano tem um enorme potencial”.

“Aquele crescimento que tínhamos visto antes de 2020 não é por mero acaso. Somos um bom destino que importa consolidar”, vincou.

O delegado nos Açores da Associação da Hotelaria de Portugal, Fernando Neves, realçou também os bons indicadores da ocupação hoteleira este verão.

“Foi um bom período, trabalhou-se bem, com boas ocupações, embora não dê para resolver o problema do ano, já que o primeiro semestre foi muito negativo”, afirmou Fernando Neves à Lusa.

O delegado nos Açores da Associação da Hotelaria de Portugal reforçou que as dormidas nos hotéis da região nos últimos três meses “ultrapassaram as expetativas”.

A procura foi, “em alguns casos, até um pouco acima dos níveis de 2019”, por parte do “turista nacional”, com uma “quebra significativa a nível do turista estrangeiro”.

“Quase todas as ilhas sentiram estas boas taxas de ocupação hoteleira, em particular as ilhas do Triângulo (São Jorge, Pico e Faial) ,e as Flores que também beneficiaram muito do turismo regional”, referiu Fernando Neves, apontando que os residentes aproveitaram a redução das tarifas aéreas entre as ilhas ds Açores

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), nas estatísticas da atividade turística no mês de setembro, as dormidas registadas nos primeiros nove meses do ano “já superaram o valor registado para a totalidade do ano de 2020”.

Nos primeiros nove meses do ano, todas as regiões apresentaram crescimentos no número de dormidas, com destaque para os Açores (+106,3%) e a Madeira (+45,8%).