“Quando eu cheguei a TAP não tinha uma política de proteção, não sei porque não havia, o facto é que não havia, não havia nenhuma proteção de combustível”, disse o gestor, na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas da Assembleia da República.
Contudo, afirmou, a TAP também tinha a restrição de não ter uma linha de crédito com os bancos para fazer proteção cambial, referindo que a sua gestão passou seis meses a abrir essas linhas junto da banca.
“Hoje temos 65% do volume de combustível protegido, foi protegido o ano passado, no meu primeiro ano de gestão como presidente da Comissão Executiva”, referiu.
Antonoaldo Neves respondia ao deputado do BE Heitor de Sousa, que a propósito dos prejuízos da TAP em 2018 (118 milhões de euros negativos, que comparam com lucro de 21,2 milhões de euros de 2017) considerou “surpreendente” que uma empresa da dimensão da TAP não tivesse contratos ‘swap’ que a protejam da variação do preços dos combustíveis, já que este é um custo muito importante para a TAP e que contribuiu para os prejuízos.
O presidente da TAP justificou os prejuízos da TAP não só com o custo do petróleo e ausência de proteção, assim como pelas despesas não correntes que ascenderam a 90 milhões de euros em 2018.
Estas despesas, explicou, têm que ver com três grupos de custos assumidos oem 2018: greve de zelo dos pilotos, que, disse, levou ao aluguer de aeronaves, programa de pré-reformas voluntárias de 20 milhões de euros, que considerou ter sido “benéfico para a TAP”, porque em 95% dos casos não houve substituições; custos da demissão de 1.000 trabalhadores no Brasil, da operação de manutenção.
O gestor indicou ainda que os resultados negativos não contemplam os investimentos em aviões, justificado pelo facto de o investimento em ativos não afetar os resultados.
Em março, numa mensagem enviada hoje aos trabalhadores a que a Lusa teve acesso, a administração TAP indicou que em 2018 a empresa sofreu o “impacto do aumento expressivo do preço do petróleo” – cujo preço médio “aumentou 32% entre 2017 e 2018, o que não acontecia desde 2011” – tendo os gastos com combustível aumentado de 580 para 799 milhões de euros de um ano para o outro.
A mensagem afirmava que, apesar de o orçamento da TAP para 2018 “ter sido conservador ao estimar um custo de 600 dólares por tonelada de combustível, enquanto esse estava cotado a 591 dólares por tonelada em dezembro de 2017”, o facto é que a companhia “não tinha uma política de proteção de variação do preço do combustível, tal como tem a maioria dos concorrentes europeus, nem a capacidade de crédito para proteger uma posição significativa de combustível”.
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