Com a diminuição da pressão sobre a qualidade dos ativos, os bancos portugueses estão-se a concentrar cada vez mais na melhoria da eficiência dos custos, adianta a Fitch, indicando que a relação custo-benefício médio do setor é aceitável em cerca de 55%, mas precisa de melhorar devido a desafios estruturais para alcançar o crescimento da receita em Portugal.

Num comunicado hoje divulgado, a Fitch refere que os bancos portugueses continuaram a reduzir “grandes ‘stoks’ de ativos problemáticos” na primeira metade de 2019.

A Fitch estima que o rácio das imparidades de crédito, contabilizados com a norma contabilísticas IFRS 9 – ‘International Financial Reporting Standards 9 Etapa 3′, caiu para cerca de 9,6% no final de junho para os seis maiores bancos, contra 11% no final de 2018.

O rácio de ativos problemáticos (incluindo ativos fechados e propriedades de investimento) foi de cerca de 13%, permanecendo elevado em relação aos bancos internacionais.

Em relação à rentabilidade operacional, a Fitch refere que esta recuperou ainda mais devido ao controlo adequado dos custos, custos mais baixos de financiamento e redução dos encargos por redução ao valor recuperável.

Contudo, tendo em conta “as perspetivas de taxas de juro mais baixas, a fraca procura de crédito em Portugal e a elevada concorrência, a Fitch estima que as margens se reduzam” para a maioria dos bancos.

Os amortecedores de capital foram fortalecidos no primeiro semestre de 2019 devido aos resultados gerados, à emissão de instrumentos subordinados e redução de riscos que compensaram a pressão gerível das revisões das premissas dos bancos usadas para avaliar os planos de pensão de benefício definido, refere a Fitch, adiantando que a melhoria gradual da qualidade dos ativos também reduziu substancialmente o custo de capital de ativos problemáticos não reservados.

“Mais investimentos em tecnologia e sistemas são cruciais para aumentar a eficiência de custos”, refere a agência de ‘rating’.