Entre janeiro e março, o grupo entregou 142 aeronaves comerciais, contra 127 no mesmo período de 2023, e gerou receitas de 12,8 mil milhões de euros, um aumento de 9%.
A situação da gigante europeia contrasta com a da sua concorrente Boeing, que voltou a registar prejuízos nos resultados obtidos entre janeiro e março, e continua com problemas com o controlo de qualidade da sua produção.
Os resultados da Airbus foram alcançados “num ambiente operacional que não mostra sinais de melhoria em comparação com a (…) última reunião”, disse o presidente executivo da empresa.
“As tensões geopolíticas e na cadeia de suprimentos continuam”, acrescentou Guillaume Faury, na apresentação dos resultados.
A cadeia de abastecimento continua enfraquecida desde a pandemia de covid-19, e a isto juntam-se o aumento dos preços das matérias-primas, as dificuldades de acesso a certos componentes e os custos energéticos, que limitaram o ritmo de subida da produção.
A Airbus mantêm, ainda assim, o objetivo de entregar 800 aeronaves comerciais em 2024, em comparação com 735 no ano passado, ainda longe das 863 entregues aos seus clientes em 2019, antes da pandemia.
A fabricante de aeronaves conta com a produção mensal de 75 aeronaves da família A320 em 2026 e está a “fazer progressos” para conseguir isso, de acordo com Guillaume Faury. Entregou uma média de 48 por mês no ano passado.
Também planeia aumentar para 14 a produção de A220 de corredor único por mês em 2026 e três a quatro A330 de longo curso este ano.
Num sinal da confiança na retomada do mercado de aeronaves ‘widebody’ (com dois corredores), que já estava a perder força e foi atingido pela pandemia, o grupo anunciou hoje a ambição de produzir 12 aviões do tipo A350 por mês em 2028, quando anteriormente planeava fabricar 10 até 2026.
A aeronave, capaz de transportar cerca de 400 passageiros ao longo de mais de 15.000 quilómetros, está a tornar-se cada vez mais um “best-seller” para o fabricante europeu de aviões, com 1.200 encomendas desde que entrou em serviço há dez anos, num segmento historicamente dominado pela Boeing.
Nos primeiros três meses do ano, o A350 foi responsável por 71 dos 137 pedidos recebidos pela fabricante de aeronaves. A indiana IndiGo, que no ano passado fez o maior pedido em volume da história da aviação civil, com 500 aeronaves do tipo A320, anunciou hoje a compra de 30 aeronaves A350, com direitos de compra para mais 70 aeronaves.
Em 31 de março de 2024, a carteira de pedidos era de 8.626 aeronaves, incluindo 7.177 da família A320.
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