“Os indicadores mensais recentes confirmam as tendências no consumo e no investimento, apontando para que a economia portuguesa crescerá em torno a 0,7% t/t [variação trimestral] no primeiro trimestre de 2018, permitindo manter as previsões de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] para o conjunto de 2018 e 2019 em 2,3% e 1,8%, respetivamente", lê-se no 'Observatório Económico Portugal' daquela instituição.
Segundo refere, “entre os principais fatores que apoiam estas previsões” destacam-se, a nível interno, “a redução da incerteza sobre a política económica e o aumento previsto no consumo público, depois da disciplina que o Governo teve nos últimos anos para cumprir os seus compromissos”.
“Além disso, o consumo privado manterá o seu dinamismo, embora moderando o seu ritmo de crescimento, após os fortes avanços observados nos trimestres precedentes”, e, “apesar da recuperação esperada das exportações, a procura externa continuará a reduzir o crescimento, devido ao impulso que a melhoria do investimento e do consumo privado gerarão nas importações”.
Já no âmbito externo, o banco espanhol aponta “o crescimento maior do que o esperado da UEM [União Económica e Monetária], associado a uma recuperação global cada vez mais sincronizada, que compensará a possível perda de competitividade que suporá um preço do petróleo algo mais elevado”.
Ainda referida como positiva é a expectativa “que o apoio da política monetária continue, dado que se prevê que a sua normalização seja efetuada gradualmente, garantindo um ambiente de baixas taxas de juro durante os próximos dois anos”.
No que se refere aos indicadores mensais mais recentes, o BBVA Research recorda que as vendas retalhistas mantiveram em janeiro em Portugal uma tendência crescente (variação anual de 5,4%), “em consonância com o observado ao longo de 2017, embora apresentem uma leve diminuição (-0,5% m/m (variação mensal))”.
“Por sua vez, a confiança dos consumidores e o Indicador Coincidente de Consumo Privado continuam a desacelerar o seu crescimento”, em linha com as previsões de anteriores observatórios, enquanto o Índice de Produção Industrial aumentou 2,5% m/m em janeiro e o Indicador de Confiança Industrial elaborado pela Comissão Europeia atingiu 2,6% em fevereiro deste ano (3,3% em dezembro de 2017).
O BBVA Research aponta ainda em janeiro o crescimento mensal de 17,4% e homólogo de 9,6% das vendas de bens ao exterior, depois de caírem 21,9% m/m em dezembro de 2017, “provocando uma estagnação no crescimento em termos interanuais”, tendo as importações crescido 10,1% mensais e 12,4% homólogos.
“Por último, os dados mensais sobre o emprego continuam a ser positivos, embora desacelerem”, refere, explicando que, “após uma média de crescimentos mensais próxima de 0,3% em 2017, os dados de emprego de janeiro, embora positivos, foram de apenas 0,04% m/m (3,6% a/a) e a taxa de desemprego descendeu uma décima, atingindo 7,9%”.
Relativamente a 2017, o banco espanhol destaca que Portugal fechou o ano “com o maior crescimento do PIB registado desde 2001, 2,7% a/a, após a aceleração observada no último semestre do ano”, tendo o consumo privado e o investimento sido “os componentes que mais contribuíram para o crescimento da economia portuguesa”.
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