O Conselho de Governadores reúne-se hoje em Atenas, na Grécia, para debater a política monetária da zona euro.
Vários analistas consultados pela Lusa consideram que, pela primeira vez desde julho de 2022, não deverá haver alterações das taxas de juro diretoras já que, embora a inflação permaneça elevada na zona euro (4,3% em setembro), o BCE deverá querer esperar para ver como evoluem os preços (desde logo da energia) e o crescimento económico.
Apesar de o banco central querer avaliar como evolui a economia antes de tomar novas decisões, há analistas que também consideram que as taxas poderão já ter atingido o pico ainda que os cortes só devam acontecer em meados ou mais para o final de 2024.
Em setembro, o BCE fez uma nova subida nas suas taxas diretoras. A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento passou para 4,50% e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez passou para 4,75%. Estas taxas são o valor que que os bancos centrais da zona euro cobram as bancos comerciais para lhes emprestarem dinheiro.
Já a facilidade permanente de depósito serão passou para 4,00%, o que indica o valor a que o BCE remunera o dinheiro que os bancos lhe confiam.
O objetivo do BCE é ter uma inflação de 2% a médio prazo pelo que, face à alta da inflação, tem decidido subir as taxas de juro. Quando o BCE altera as taxas de juro diretoras, tal reflete-se no conjunto da economia, sendo algumas das faces mais visíveis o aumento dos empréstimos bancários, desde logo do crédito à habitação.
O antigo governador do Banco de Portugal e ex-vice presidente do BCE, Vítor Constâncio, defendeu na quarta-feira que no futuro os bancos centrais deverão repensar a meta de inflação para cerca de 3%, ao invés dos atuais 2%.
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