De acordo com um comunicado hoje emitido, o banco registou "151 milhões de euros e imparidades de crédito líquidas, incluindo imparidades não alocadas de 97 milhões para prevenir potenciais impactos da pandemia".

Na conferência de imprensa de apresentação de resultados do banco, o presidente executivo, João Pedro Oliveira e Costa, disse que a "grande parte" dos resultados é explicada pelas imparidades e também pela descida acentuada dos contributos do BFA de Angola e do BCI de Moçambique.

"São resultados que eu penso que dentro de um ano totalmente inesperado, são resultados bons, não só em termos quantitativos mas acima de tudo em termos qualitativos", considerou o gestor na apresentação à imprensa.

O responsável considerou que o BPI continuou "o apoio permanente às famílias, às empresas e à economia portuguesa", num ano com "um forte dinamismo comercial" do banco "num contexto bastante adverso".

A atividade em Portugal para o resultado consolidado foi de 66,2 milhões de euros, ao passo que a contribuição do BFA de Angola foi de 30,2 milhões e do BCI foi de 8,4 milhões.

A carteira de crédito do banco aumentou 5,4%, de 24.381 milhões de euros para 25.695 milhões, e os recursos totais de clientes aumentaram 7,6%, de 34.382 para 36.989 milhões de euros, com os depósitos a aumentarem 13%.

O produto bancário registou uma diminuição de 1,3%, prejudicado pela diminuição das comissões em 5% (257,9 milhões de euros em 2019 para 244,9 milhões de euros em 2020), apesar do aumento da margem financeira em 3,2%, de 436,3 milhões de euros em 2019 para 450,1 milhões de euros em 2020.

Os custos de estrutura recorrentes registaram uma diminuição de 4,5%, passando de 466,6 milhões de euros para 426,3 milhões, mas se forem contabilizados os impactos não recorrentes, os custos como reportados passaram de 448,1 milhões de euros para 451,3 milhões.

A diferença estabelece-se devido aos impactos não recorrentes, que, em 2020, devido a 147 reformas antecipadas e rescisões voluntárias, ascenderam aos 25 milhões de euros, quando tinham sido de 1,5 milhões em 2019.

O BPI baixou ainda a exposição a malparado para os 1,7% e o rácio de malparado (NPL, 'non-performing loans') para os 2,1%, contabilizando o total de NPL em 598 milhões de euros em 2020.

O presidente executivo do banco disse ainda que o BPI obteve mais-valias (sem as quantificar) na venda de carteira de crédito malparado no final de janeiro, revelando que não tem "nenhuma pressão ou necessidade" de continuar vendas de carteiras de crédito malparado.

"Foi uma oportunidade que surgiu. Há investidores capitalizados e que procuram sempre este tipo de ativos para juntarem a outros e retirarem mais rendimentos desses portfólios", referiu.

Quanto a rácios de capital, o BPI fechou o ano com o total nos 17,3%, o 'Tier 1' nos 15,6% e o 'Common Equity Tier 1" nos 14,1%, acima dos requisitos regulatórios de 12,875%, 10,375% e 8,50%, respetivamente.

BPI tinha 97,5 mil contratos abrangidos por moratórias no final do ano

O BPI tinha 97,5 mil contratos abrangidos pelas moratórias concedidas no âmbito da pandemia de covid-19, correspondentes a 5.620 milhões de euros, no final de 2020, divulgou hoje o banco.

De acordo com o comunicado hoje divulgado pelo BPI relativo à sua apresentação de resultados (lucro de 104,8 milhões de euros), dos 5.620 milhões de euros, 98,2% estão em situação regular.

Do total do valor, dizem respeito a crédito à habitação 2.495 milhões de euros, 333 milhões a crédito pessoal e financiamento automóvel, e 2.792 milhões de euros de crédito a empresas.

No final do terceiro trimestre de 2020, o BPI tinha 108,6 mil contratos de crédito abrangidos pelas moratórias, correspondente a um valor de crédito total de 6.127 milhões de euros.

Relativamente às linhas de crédito, "o BPI recebeu cerca de 8.400 candidaturas às linhas de crédito de apoio público covid-19 correspondentes a 722 milhões de euros", contratado pelo banco ou em análise pelas sociedades de garantia mútua.

De acordo com a instituição liderada por João Pedro Oliveira e Costa, existiam no final do ano 2.909 milhões de euros de linhas de crédito disponíveis para utilização imediata pelas empresas.

BPI com menos 218 trabalhadores e 55 agências no final de 2020

O BPI perdeu no final do ano passado 218 trabalhadores e 55 agências de atendimento ao público face a 2019, num processo natural "sem nenhum programa por detrás definido", de acordo com o presidente executivo do banco.

Quanto a agências, no total o BPI terminou o ano com 422, das quais 360 balcões (menos 46 que em 2019), 27 centros 'premier' (menos nove que em 2019), mantendo um balcão móvel e 34 centros de empresa e institucionais face ao ano anterior.

De acordo com o presidente executivo do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, as mudanças ocorrem "sem nenhum programa por detrás definido".

O responsável do BPI referiu que o banco "tem mantido uma disponibilidade para o diálogo com os colaboradores que pretendem que a sua vida profissional tenha outro rumo".

BPI distribui dividendo de 13 ME ao CaixaBank em setembro

O BPI vai distribuir um dividendo de 13 milhões de euros, correspondente a 15% do resultado corrente, ao seu acionista, o espanhol CaixaBank, anunciou o presidente executivo, João Pedro Oliveira e Costa.

"O Conselho de Administração já aprovou a proposta de distribuição de 15%, que serão liquidados em setembro de 2021, em absoluta correspondência com as recomendações dos reguladores", disse o presidente executivo do BPI aos jornalistas na conferência de imprensa de apresentação de resultados (lucro de 104,5 milhões de euros).

O gestor explicou que o valor do dividendo a pagar ao CaixaBank corresponderá a 13 milhões de euros, pois o valor incide sobre o lucro líquido individual e não sobre o resultado consolidado.

No dia 15 de dezembro de 2020, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que os bancos da zona euro podem voltar a pagar dividendos, mas com sujeição a limites, de forma a proteger o seu capital.

A distribuição de dividendos não deverá exceder os 15% dos lucros acumulados de 2019 e 2020 ou 20 pontos bases do rácio de capital CET1.

O BCE recomendou, no entanto, que os bancos "exerçam extrema prudência" nessa distribuição e considerem "não distribuír nenhuns dividendos" até 30 de setembro de 2021.

O BPI registou lucros de 104,8 milhões de euros em 2020, uma descida de 68% face aos 327,9 milhões de euros registados em 2019, divulgou hoje o banco.

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