Nas previsões económicas de inverno hoje publicadas, o executivo comunitário assinala que “três meses consecutivos de inflação moderada sugerem que o ‘pico’ está agora ultrapassado”, pois “depois de ter atingido um máximo histórico de 10,6% em outubro”, a inflação tem vindo a diminuir (desceu em janeiro para os 8,5% na zona euro), sobretudo devido à “queda da inflação energética”.
Deste modo, “a previsão da inflação foi revista ligeiramente em baixa em comparação com as previsões de outono”, publicadas em novembro, “refletindo principalmente desenvolvimentos no mercado da energia”.
Assim, a Comissão estima que a inflação global na zona euro desacelere de 8,4% em 2022 para 5,6% este ano (quando no outono antecipava 6,1%) e para 2,5% em 2024 (em novembro projetava 2,6%).
Já para o conjunto dos 27 Estados-membros, Bruxelas projeta agora que a taxa de inflação desça dos 9,2% verificados em 2022 para 6,4% este ano (no outono antecipava 7,0%) e para 2,8% no próximo (contra 3,0% projetados há três meses).
Bruxelas adverte, contudo, que “os ventos contrários à economia da UE continuam a ser fortes” e, “embora o abrandamento da inflação energética seja uma boa notícia para as famílias, os salários reais deverão continuar a diminuir a curto prazo” e levará ainda algum tempo para que se “recupere parte das perdas poder de compra”, à medida que o crescimento salarial ultrapassar a inflação decrescente, algo que só deverá suceder mais para o final do ano.
Segundo as previsões de inverno, “os riscos para a inflação continuam em grande parte ligados à evolução dos mercados energéticos, refletindo alguns dos riscos identificados para o crescimento”, apontando o executivo comunitário que, “especialmente em 2024, prevalecem os riscos ascendentes para a inflação, uma vez que as pressões sobre os preços podem acentuar-se mais do que o esperado se o crescimento dos salários se fixasse a um nível acima da média por um período sustentado”.
A Comissão sublinha que estas previsões intercalares de inverno – que contemplam apenas a evolução do PIB e da inflação – assentam no “pressuposto puramente técnico de que a agressão da Rússia à Ucrânia não irá aumentar, mas irá continuar ao longo de todo o horizonte de previsão”.
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