No início da apresentação de resultados, o presidente não executivo do Conselho de Administração, Emílio Rui Vilar, anunciou o resultado líquido consolidado do grupo CGD, que registou 309 milhões de euros em provisões devido à pandemia de covid-19.

A operação do grupo em Portugal contribuiu com 399 milhões de euros para o resultado líquido consolidado.

Nas restantes geografias onde o grupo opera, a maior contribuição foi a do BNU de Macau, com 46 milhões de euros (69 ME em 2019), seguido do BCI de Moçambique, com 17 milhões de euros (34 ME), da Sucursal de França, com 16 milhões de euros (20 ME em 2019), do Banco Caixa Geral de Angola, com 11 milhões de euros (20 ME em 2019), da Sucursal de Timor, com três milhões de euros (cinco ME em 2019) e dois milhões de euros, tal como em 2019, do Banco Interatlântico de Cabo Verde.

A este subtotal de 95 milhões de euros foram subtraídos dois milhões, tendo o total do contributo da atividade internacional internacional sido reduzido para 93 milhões, 49% a menos que os 183 registados em 2019.

O banco público informou também que dos 492 milhões de euros de lucro em 2020, 450 dizem respeito a resultados recorrentes.

O resultado da exploração 'core' doméstica (soma da margem financeira alargada e comissões líquidas menos os custos de estrutura, sem efeitos não recorrentes) foi de 499 milhões de euros, uma descida de 2,7% face aos 513 milhões registados em 2019.

No total, a margem financeira (diferença entre juros recebidos em créditos e pagos nos depósitos) esta desceu de 1.132 milhões de euros em 2019 para 1.026 milhões em 2020, e na atividade em Portugal desceu de 734 ME em 2019 para 674 ME em 2020.

A receita com comissões permaneceu praticamente inalterada entre 2019 e 2020, subindo apenas 0,1% e mantendo o total arrecadado em 497 milhões de euros.

Em 2020, as comissões registaram, primeiro, uma descida dos 123 milhões de euros no primeiro trimestre para 121 milhões no segundo, ascendendo depois aos 125 ME e 129 ME no terceiro e quarto trimestres, respetivamente.

Segundo o banco, na atividade doméstica as comissões arrecadadas em títulos e gestão de ativos subiram 12 ME e em seguros cinco ME, ao passo que em serviços bancários baixaram sete ME.

Os custos de estrutura do banco também baixaram, de 954 milhões de euros no final de 2019 para 835 milhões em 2020.

Os custos com pessoal baixaram de 583 ME para 502 ME, os gastos gerais administrativos de 276 ME para os 238 ME e as depreciações e amortizações registaram um aumento de dois ME, de 94 para 96, entre 2019 e 2020.

Os recursos de clientes aumentaram dos 72.946 milhões de euros para os 79.120 milhões de euros, sobretudo devido aos depósitos, que registaram um aumento de 6.791 ME.

Em termos de exposição a dívidas públicas, ela totalizava os 19.721 ME no final do ano passado, dos quais 7.902 dizem respeito a Portugal, 5.006 ME a Espanha, 4.553 ME a Itália, 1.589 a outros soberanos da zona euro, 324 ME a Moçambique, 228 ME a Angola e 119 ME a outros países.

Em termos exposições a malparado (NPE, na sigla inglesa), o rácio de 2020 foi de 2,9%, abaixo dos 3,8% de 2019, e o rácio de crédito malparado (NPL, na sigla inglesa) foi de 3,9% no ano passado, também abaixo dos 4,7% de 2019.

Quanto aos rácios de capital, o total situou-se em 20,9% em 2020, acima dos 19,5% de 2019, e o rácio CET1 ('common equity tier 1') ficou nos 18,3%, também acima dos 16,9% de 2019.

A CGD detinha ainda 471 ME de imóveis detidos para venda, menos 16% que os 560 milhões detidos no final de 2019.

Banco tinha 67 mil moratórias no final de janeiro, mais 4.600 do que em outubro

De acordo com dados divulgados durante a apresentação de resultados de 2020, em Portugal, a 31 de janeiro, a CGD tinha 67.070 contratos abrangidos pelas moratórias implementadas na sequência da pandemia, mais 4.683 do que os 62.387 divulgados na última apresentação de resultados, referentes ao final de outubro.

No total, as moratórias, no final de janeiro, abrangiam 5.992 milhões de euros, uma subida face aos 5.651 milhões de euros registados em 30 de outubro.

Dos 67.070 contratos sob moratória no final de janeiro, 46.056 (no valor de 2.646 milhões de euros) diziam respeito a particulares e 21.014 (no valor de 3.356 milhões de euros) a empresas.

No final de janeiro, as moratórias representavam 10,7% da carteira de crédito a particulares, 21,7% da carteira de crédito a empresas e 13,7% da carteira de crédito total.

Em outubro, nos clientes particulares, as operações de crédito com moratórias eram 40.927, abrangendo um valor total de 2.302 milhões de euros, enquanto nas empresas as operações com moratórias eram 21.460, num valor de empréstimos total de 3.349 milhões de euros.

Relativamente a linhas de crédito, no final de janeiro as dedicadas à covid-19 totalizavam 1.621 milhões de euros (correspondente a 11.373 operações), dos quais 1.270 milhões de euros abrangidos por garantias públicas e 352 milhões de euros com garantias do Fundo Europeu de Investimento (FEI).

Em outras linhas de crédito, o banco público totalizou 13.235 milhões de euros, dos quais 5.038 no ano atual, 2.679 em crédito pré-aprovado e 5.498 em contas corrente.

CGD com menos 517 trabalhadores e oito agências em 2020

Segundo um comunicado enviado hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no final de 2020, em Portugal, a CGD contava com 543 "agências, espaços Caixa e gabinetes de empresas", menos oito que os 551 com que contava em 31 de dezembro de 2019.

Relativamente a trabalhadores, o número de empregados na "atividade bancária e financeira doméstica" reduziu-se dos 7.100 no final de 2019 para os 6.583 no final de 2020.

Também o número de empregados da CGD Portugal se reduziu, passando de 6.706 no final de 2019 para 6.244 em 2020.

O banco apresentou também o número de máquinas automáticas disponíveis em Portugal, que se reduziu de 3.023 no final de 2019 para 2.840 no final de 2020.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros de 492 milhões de euros (ME) em 2020, menos 37% que os 776 milhões de euros registados em 2019, divulgou hoje o banco público.

No início da apresentação de resultados, o presidente não executivo do Conselho de Administração, Rui Vilar, anunciou o resultado líquido consolidado do grupo CGD, que registou 309 milhões de euros em provisões devido à pandemia de covid-19.

A operação do grupo em Portugal contribuiu com 399 milhões de euros para o resultado líquido consolidado.

[Notícia atualizada às 21:13]