Esta posição foi transmitida por José Luís Ferreira em conferência de imprensa, na Assembleia da República, após o primeiro-ministro, António Costa, ter formalizado junto do parlamento, na quinta-feira ao início da noite, a proposta de designação do seu ex-titular da pasta das Finanças para o cargo de governador do Banco de Portugal.
"Certamente que, tanto o Governo, como o primeiro-ministro, consideraram que Mário Centeno é a pessoa indicada para o exercício das funções de governador do Banco de Portugal. Esperamos que ele consiga credibilizar a supervisão bancária, que, como sabemos, está pelas ruas da amargura, e que consiga trazer transparência aos contratos que o Estado formaliza com os bancos, evitando-se assim surpresas como aconteceu com o Novo Banco", declarou.
José Luís Ferreira disse ainda esperar que o ex-ministro das Finanças consiga "prestigiar uma instituição como o Banco de Portugal".
"Talvez mais importante do que tudo, é essencial que consiga trazer a independência do Banco de Portugal face ao Banco Central Europeu (BCE). Temos visto que o Banco de Portugal é praticamente um braço estendido do BCE", sustentou.
Depois, numa alusão ao projeto do PAN para a alteração dos critérios de nomeação do governador do Banco de Portugal - diploma que se encontra em fase de especialidade de debate -, o deputado do PEV defendeu que "as leis não podem ser direcionadas para uma pessoa", apesar de haver "abertura" para uma discussão sobre a necessidade de impor um período de nojo entre funções.
"Por essa mesma razão, o PEV insurgiu-se contra a tentativa do Governo de alterar a lei para passar por cima dos pareceres das câmaras municipais no processo de localização do aeroporto do Montijo. As leis não servem para resolver casos pontuais, porque têm uma natureza geral e abstrata", frisou.
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