Mário Centeno, em comunicado emitido pelo seu ministério, afirmou: “Esta decisão da Moody’s vem juntar-se a um crescente reconhecimento por parte de vários atores institucionais e privados quanto à solidez da economia portuguesa”.
Para o ministro, “a Mooddy’s vem reconhecer os avanços registados na gestão orçamental e salientar a abrangência do crescimento económico alicerçado no investimento e nas exportações”.
No seu comunicado, Centeno considerou que “mais importante ainda é o facto de Portugal estar a conseguir aliar (aquelas) duas dinâmicas enquanto gera emprego e, assim, reforçar a confiança no futuro”.
Para justificar a melhoria da perspetiva, a Moody’s mencionou hoje três argumentos.
O primeiro foi a “resiliência acrescida” do crescimento da economia em Portugal, perante a recuperação do investimento.
A “contínua melhoria orçamental”, que apoia a expectativa da Moody’s quanto à manutenção da consolidação orçamental, foi o segundo.
Por fim, a redução dos riscos para o financiamento governamental foi o outro argumento usado pela agência, que argumentou com a “melhoria” da estrutura da dívida pública e a “apreciável” ‘almofada’ de liquidez.
A Moody’s também informou que manteve o ‘rating’ da dívida pública portuguesa em Ba1, que ainda significa um ‘grau especulativo’, por contraposição ao ‘grau de investimento’.
Esta manutenção foi justificada pela dimensão dívida pública, “uma das mais elevadas da União Europeia”, e da do setor privado, bem como pelas “fraquezas do setor bancário”.
Estes problemas limitam os benefícios de uma economia relativamente saudável, que compara bem com a dos seus pares, e uma muito forte solidez institucional.
De futuro, a Moody’s admite que possa rever em alta o ‘rating’, para grau de investimento (entre triplo A e Baa3), dentro de 12 ou 18 meses, se concluir que “as tendências económicas e orçamentais podem ser sustentáveis e que a dívida, muito elevada, apresenta uma tendência descendente”.
A melhoria da perspetiva agora divulgada significa que o ‘rating’ não deve ser revisto em baixa no período de tempo referido.
Porém, também são apontados riscos, como a diminuição do compromisso do Governo para com a consolidação orçamental e a redução da dívida, um crescimento económico inferior ao previsto, um aumento acentuado das taxas de juro ou ainda atrasos na recapitalização dos bancos mais fracos.
Antes, em 16 de junho, foi a Fitch a tomar decisão idêntica à da Moody´s.
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