"A informação que até hoje nos chegou, não coloca nenhuma questão aos administradores do Banco Comercial Português", disse Miguel Maya à margem da apresentação de um protocolo com o emissor chinês de cartões UnionPay.
Salientando que tem um "conhecimento bastante limitado" do relatório, do qual tomou conhecimento através dos jornais, Miguel Maya disse que o banco a que preside só tem um administrador que passou no passado pela CGD: João Nuno Palma.
"Não vi nem nos jornais qualquer referência a atuações por parte desse administrador que seja digna de qualquer reparo", afirmou.
Questionado se os resultados da auditoria devem ser tidos em conta nas avaliações de idoneidade ('fit and proper') do Banco Central Europeu e do Banco de Portugal, Miguel Maya respondeu afirmativamente.
"Naturalmente que um relatório que é feito por uma empresa de auditoria não pode ser irrelevante nas decisões de 'fit and proper'", afirmou, remetendo para os reguladores a análise do mesmo.
"Não compete ao BCP fazer qualquer comentário relativamente a esse tema", rematou.
Instado a relacionar o relatório à CGD com os problemas passados do BCP, o presidente executivo do BCP disse que "não era preciso o relatório da Caixa para saber que o BCP passou um período difícil", considerando que não constituiu "novidade" que o BCP "passou um período complexo e que esse período complexo faz parte do passado do banco", concluiu.
Em causa está uma versão da auditoria da EY à CGD relativa ao período 2000-2015, com data de dezembro de 2017, que refere que os administradores do banco público receberam “remuneração variável” e “voto de confiança”, mesmo com resultados negativos.
A auditoria aponta “importantes insuficiências” organizacionais que poderão ter contribuído para decisões pouco fundamentadas na concessão de crédito e detetou sete operações de concessão de crédito com risco grave ou elevado e perdas, só nestas, de mais de 1000 milhões de euros, entre as quais as operações de financiamento da fábrica da La Seda de Barcelona, em Sines.
Comentários