No início da conferência de imprensa para apresentação dos resultados, em Lisboa, o presidente executivo do banco, Paulo Macedo, considerou que os valores dos primeiros seis meses de 2017 "estão em linha com o plano estratégico".

Na apresentação, a CGD destacou a evolução dos resultados de exploração 'core' (margem financeira mais os resultados de serviços e comissões e menos os custos de estrutura recorrentes), que foi de 303 milhões de euros até junho (acima dos 173 milhões de euros do primeiro semestre de 2016), que justifica com o crescimento da margem financeira e a redução de custos.

Quanto à margem financeira, essa atingiu 656 milhões de euros, mais 18% do que no primeiro semestre de 2016, com o banco a justificar com a redução do custo do financiamento, enquanto as comissões ficaram praticamente estáveis tendo atingido 225 milhões de euros entre janeiro e junho.

Já os resultados de operações financeiras passaram de prejuízos de 49 milhões no primeiro semestre de 2016, para 276 milhões de euros positivos no primeiro semestre deste ano.

O produto global da atividade da CGD aumentou, assim, 57% face a período homólogo, para 1.154 milhões de euros

Quanto a gastos, subiram 2% os custos de estrutura em termos homólogos, para 638 milhões de euros.

A CGD tem em marcha um programa de saída de trabalhadores, já tendo no último semestre colocado 50 milhões de euros nas contas para pagar as saídas. O objetivo é que saiam cerca de 500 pessoas por ano.

Quanto ao balanço, nos depósitos, esses diminuíram 3,5%, para 69,6 mil milhões de euros em termos homólogos.

Em Portugal, os depósitos na CGD eram no final de junho de 54.581 milhões de euros, menos 1,6% ou 868 milhões face a junho de 2016.

Já nos empréstimos, o crédito a clientes (líquido) diminuiu 6,9%, para 60,5 mil milhões de euros, tendo a CGD justificado com o facto de muitos clientes estarem a optar por amortizações antecipadas.

Em Portugal, a queda no 'stock' de crédito foi de 6,7%, para 49,2 mil milhões de euros.

Quanto as indicadores da qualidade do crédito, a CGD diz que o crédito em risco diminuiu para 9,8% em junho, abaixo dos 10,5% de final de 2016, tendo uma cobertura de imparidades de 76,7%.

O banco constituiu ainda, no primeiro semestre, 55 milhões de euros de imparidades para crédito (líquidas), abaixo dos 302 milhões entre janeiro e junho de 2016.

Já em provisões e imparidades de outros ativos líquidos, passou-se o inverso, tendo sido constituídos 344 milhões no primeiro semestre, acima dos 26 milhões do primeiro semestre de 2016.

A CGD fechou ainda junho com um rácio de solvabilidade cET1 de 12,7% com as regras do período de transição e 12,5% com as regras completamente implementadas.

Na apresentação dos resultados do banco público, hoje em Lisboa, o presidente executivo, Paulo Macedo, falou sobre as vendas de operações internacionais que o banco irá fazer e que já eram conhecidas de acordo com o plano de reestruturação acordado com Bruxelas e que terá de ser executado até 2020.

A venda da operação na África do Sul é a que está "mais adiantada", afirmou, estando a ser contratados os assessores para a alienação.

Já nas operações de Espanha e do Brasil, que também são para vender, os processos estão mais atrasados e deverão demorar mais tempo a ser concretizadas as vendas.

O gestor disse ainda que o Banco Central Europeu (BCE) já deu autorização a Carlos Albuquerque (que era diretor do Banco de Portugal) e Alberto Souto para serem administradores e que esperam agora a nomeação pelo acionista, o Estado.

Sobre o processo de venda do Novo Banco, Paulo Macedo disse esperar que a operação de recompra de dívida que está em curso "tenha sucesso" para que o "Novo Banco prossiga o seu caminho" e seja vendido à Lone Star.

[Notícia atualizada às 21h51]

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