“Não sabemos o que significa para o ministro das Finanças um aumento do salário mínimo com significado, para nós um aumento com significado tem de ser um aumento substancial, que não poderia ser de 30 euros”, disse a sindicalista à agência Lusa, após uma reunião do Conselho Nacional da CGTP, em que foi aprovada a política reivindicativa para 2021.

O ministro das Finanças defendeu na quarta-feira à noite que no próximo ano deve haver margem para aumentar "com significado" o salário mínimo nacional (SMN), após uma negociação na Concertação Social.

"A nossa intenção é no próximo ano prosseguir com o diálogo que tem de ser feito na Concertação Social, com o aumento do salário mínimo e que haja um aumento com significado", afirmou o ministro na Grande Entrevista, transmitida pela RTP3.

João Leão salientou que "houve setores muito afetados" pela crise da pandemia de covid-19 ", que há "muitos trabalhadores" a ganhar o salário mínimo, mas que o Governo entende que "deve haver margem" para aumentar a remuneração mínima.

No documento reivindicativo hoje aprovado, a CGTP defende que o SMN deve ser fixado nos 850 euros a curto prazo (atualmente é de 635 euros).

Isabel Camarinha explicou à Lusa que esse prazo não está definido propositadamente, porque a central está disponível para negociar a aplicação desse valor.

“Estamos disponíveis para negociar, mas o SMN tem de ser fixado nos 850 euros a curto prazo, o que quer dizer que o aumento em 2021 não pode ser de 30 euros”, afirmou.

A líder da CGTP salientou a importância que o aumento do SMN tem no combate à pobreza, no crescimento dos restantes salários, no aumento do poder de compra e consequentemente no desenvolvimento económico do país.

No dia 02 de setembro, as centrais sindicais abordaram na reunião da Concertação Social o aumento do salário mínimo em 2021, mas a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse não ser este ainda o momento para se avaliar e discutir valores.