Milhares de trabalhadores, dirigentes e ativistas sindicais estão hoje concentrados em frente ao parlamento contra a revisão da legislação laboral, no momento em que os deputados e o Governo discutem o tema em plenário.
"Não e não ao acordo do patrão" são as palavras de ordem mais ouvidas no local.
A proposta de lei do Governo surgiu na sequência de um acordo de concertação tripartido, subscrito por todos os parceiros sociais exceto a CGTP.
"Queremos reafirmar a nossa posição relativamente à proposta legislativa do Governo, porque consideramos que, ao nível da precariedade e da contratação coletiva, fica tudo na mesma ou pior", disse Arménio Carlos.
"Os deputados não podem deixar de ouvir este clamor. Ter em consideração as nossas propostas e reivindicações", acrescentou o sindicalista.
A CGTP defende a rejeição da proposta de lei do Governo e promete tudo fazer nesse sentido.
A proposta do Governo para alterar o Código do Trabalho prevê a redução da duração máxima dos contratos a termo e o alargamento do período experimental de três para seis meses.
“Mais vale sós do que mal acompanhados e neste caso concreto basta recordar o que se passou com o memorando da 'troika' que foi arrasador do ponto de vista de redução dos direitos dos trabalhadores e também ficámos sozinhos", disse Arménio Carlos.
"Podemos ter ficado sozinhos na concertação social, mas temos a consciência e a convicção de que ficámos bem acompanhados, porque estivemos ao lado do povo português contra aquele memorando que neste caso com estas medidas tem continuidade e que nos leva a dizer que preferimos estar sozinhos na concertação e acompanhados pelo povo português e pelos trabalhadores do que estar acompanhados na concertação a assinar acordos que traem aquilo que tem a ver com a valorização do trabalho e dos trabalhadores", acrescentou.
Segundo o dirigente, a CGTP solicitou uma reunião ao presidente da Assembleia da República no dia 12, dia em que termina o período de discussão pública da proposta de lei, altura em que entregará uma resolução e pareceres sobre o tema.
“Independentemente de estarem sindicalizados ou de terem votado a favor ou contra o PS, esta proposta é contra os trabalhadores, desvaloriza os trabalhadores, reduz a sua retribuição, ataca todos", sublinhou o dirigente sindical.
"Mais importante do que o sentido de voto de cada um é vestir a camisola do trabalho e assegurar com a sua luta e apoio às posições da CGTP que é possível travar este processo, numa rutura com a política de direita e com a afirmação de uma política de esquerda que ponha os trabalhadores como referencia no desenvolvimento da economia e do país”, declarou.
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