De acordo com dados do Banco Nacional de Angola (BNA) reunidos pela Lusa, o sistema bancário angolano contabilizou em 2016 um total de 19.397 cheques devolvidos, dos quais 6.775 por falta de provimento.

Equivale a um máximo desde 2013, em montante total envolvido, de 24,2 mil milhões de kwanzas (136 milhões de euros) em ‘cheques carecas’.

Estes números comparam com o total de 2015, que segundo o BNA ascendeu a 20.623 cheques devolvidos por vários motivos, 9.603 dos quais por falta de provisão na primeira apresentação ao banco, valendo, em todo o ano, 18 mil milhões de kwanzas (cerca de 100 milhões de euros, à taxa de câmbio atual).

Em todo o ano de 2016, os bancos angolanos pagaram 447.000 cheques, no valor de quase 1,2 biliões de kwanzas (6,7 mil milhões de euros), o que contrasta com os 502.905 dos 12 meses de 2015, então no valor de 1,050 biliões de kwanzas (5,9 mil milhões de euros).

Angola vive uma crise financeira, económica e cambial, decorrente da forte quebra da cotação internacional do barril de crude, que motivou uma descida para menos de metade nas receitas fiscais com a exportação de petróleo desde finais de 2014, e por consequência na entrada de divisas no país, condicionando toda a atividade económica.

Em todo o ano de 2014 foram devolvidos 7.664 cheques sem provisão que chegaram aos bancos, ascendendo a 17,5 mil milhões de kwanzas (99,3 milhões de euros), segundo dados do BNA.

Em termos financeiros, o pico mais recente dos ‘cheques careca’ em Angola atingiu-se em 2013, ano em que 8.139 foram devolvidos pelos bancos por falta de cobertura, totalizando 46,8 mil milhões de kwanzas (265,7 milhões de euros).