A China Three Gorges oferece uma contrapartida de 3,26 euros por cada ação da EDP, o que representa um prémio de 4,82% face ao valor de mercado e avalia a empresa em cerca de 11,9 mil milhões de euros.

O grupo chinês, que já detém 23,27% do capital social da empresa liderada por António Mexia, pretende que a elétrica se mantenha com identidade portuguesa, com sede e cotada em Portugal.

Caso a OPA sobre a EDP tenha sucesso, a China Three Gorges avançará com “uma oferta pública obrigatória sobre 100% do capital social da EDP Renováveis (EDPR), a 7,33 euros por ação”, um preço abaixo do valor da última cotação (7,85 euros).

Há cerca de seis anos, em 20 de fevereiro de 2012, os acionistas da EDP oficializaram a entrada da China Three Gorges no Conselho Geral e de Supervisão, em assembleia-geral extraordinária, após a privatização da elétrica portuguesa, na qual a empresa chinesa pagou cerca de 2,7 mil milhões de euros por 21,35%, tornando-se a maior acionista.

A entrada da CTG foi o 'pontapé' de saída para um fluxo de investimento chinês em Portugal, à 'boleia' de privatizações, já que o país serve de porta de entrada para a Europa e para os países de língua oficial portuguesa, isto sem falar na corrida às concessões de vistos 'gold'.

A EDP foi a primeira privatização a arrancar, durante o governo de Pedro Passos Coelho, em dezembro de 2011.

Em fevereiro de 2012, foi a vez da REN, com os chineses da State Grid a ficarem com 25% do capital, pagando 387 milhões de euros pela posição na empresa gestora das redes energéticas nacionais.

Posteriormente, a chinesa Fosun comprou a seguradora Fidelidade e a Espírito Santo Saúde, tendo no final de 2016 adquirido 16,7% do capital do Banco Comercial Português (BCP), por cerca de 174,6 milhões de euros para ser o seu maior acionista. Em fevereiro, o grupo chinês reforçou a sua posição na instituição financeira para 23,92%, no âmbito de uma operação de aumento de capital.

Ainda no setor financeiro, em 2015, o Haitong Bank concluiu a compra do banco de investimento português BESI.

Antes, no início de 2012, o Banco Internacional e Comercial da China (ICBC) abriu o seu primeiro escritório em Portugal, em Lisboa, e, um ano depois, foi a vez do Bank of China escolher a capital portuguesa para abrir um escritório e um balcão de atendimento.

Mas não é só a banca que atrai os investidores chineses. Em outubro de 2016, o grupo de Macau KNJ Investment Limited, fundado em 2012, assinou um memorando de entendimento com a Global Media Group (GMG), e em 06 de novembro de 2017 concretizou a entrada na dona do Diário de Notícias (DN), TSF, entre outros, com uma injeção de 15 milhões de euros, passando a deter 30%.

Entre outros investimentos chineses em Portugal, destaca-se a inauguração, em fevereiro de 2012, do centro tecnológico da empresa de telecomunicações Huawei em Lisboa, que representou um investimento de 10 milhões de euros, que se juntou aos 40 milhões de euros que a multinacional chinesa tinha investido no mercado português.

Também o setor imobiliário tem vindo a ser uma aposta de investidores chineses, liderando, por nacionalidades, a obtenção de vistos 'gold' em Portugal.

Desde que o programa de Autorização de Residência para a atividade de Investimento (ARI) arrancou, em 08 de outubro de 2012, até final de janeiro deste ano, foram atribuídos 3.805 vistos 'gold' a investidores de nacionalidade chinesa, de acordo com os dados estatísticos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

O investimento chinês acumulado até dezembro passado através dos vistos 'gold' atingiu 2.060 milhões de euros, o que representa 60% do montante captado desde que o programa está em vigor.

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