O protesto – que juntou 15 pessoas – integra-se na luta da associação por apoios à sustentabilidade dos negócios itinerantes em eventos culturais, feiras, festas, romarias e circos, a maioria das quais canceladas devido à pandemia de covid-19.

Segundo o presidente da associação, registada na terça-feira em Lisboa, os manifestantes pedem que sejam criados “protocolos sanitários” para poderem trabalhar e que lhes sejam pagas "as despesas como Imposto Único de Circulação e seguros dos camiões e do material".

“O objetivo é saber como vamos governar a nossa vida, saber como vamos enfrentar esta crise, esta pandemia, sem trabalho”, disse Luís Fernandes aos jornalistas junto ao Ministério da Economia, lembrando que 90% do setor fechou em “outubro novembro, quando se realizaram as últimas festas”, e a maioria fez então a sua última prestação de serviços.

De acordo com Luís Fernandes, numa reunião já agendada desde segunda-feira com o secretário de Estado do Comércio, João Torres, que irá decorrer hoje pelas 15:00, os empresários vão pedir protocolos sanitários para poderem trabalhar ao ar livre numa feira.

A abertura por parte do Governo, acrescentou, “terá de se concretizar, tendo em conta o princípio de igualdade”, tendo em conta os apoios para outras áreas.

“Estou à espera de receber apoios, não quero subsídios, quero que sirva de exemplo para todos os empresários, não só os destas atividades. Quero que me paguem os seguros e estou a falar por mais de dois mil negócios de ‘roulottes’ e tudo mais”, disse, frisando só haver negociação possível com o Governo se hoje saírem do encontro “com medidas sanitárias para trabalhar”.

Para hoje está também agendada uma reunião com o grupo parlamentar do PSD e para quinta-feira com o BE, sendo que o movimento passará durante a tarde/noite de hoje junto ao Largo do Rato, numa tentativa de reunião com o PS.

Para quinta-feira está prevista a presença junto ao Conselho de Ministros, entre as 15:00 e as 19:00, seguindo depois o grupo de manifestantes para junto da residência oficial do primeiro-ministro, além de estar prevista uma passagem em Belém para uma tentativa de reunião com o Presidente da República.

Entretanto, o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversões (APED), Francisco Bernardo, demarcou-se de “todos e quaisquer movimentos” da recém-criada APIC, justificando que, “além de serem lesivos e envergonharem a classe, colocam gravemente em risco tudo aquilo que tem vindo a ser feito pela APED em prol dos itinerantes”.

“A APED é uma associação que representa os profissionais itinerantes há várias décadas. Defende os seus profissionais com afinco, lutando até às últimas consequências pelos seus interesses. Mas jamais poderá compactuar com movimentos radicais deste género”, pode ler-se numa nota publicada na sua página oficial de Facebook.

A APED foi já presidida por Luís Fernandes, agora presidente da APIC.