“O rumor é que vamos ter um novo Governo na Holanda, que, de acordo com as mais recentes notícias, poderá estar em funções na semana de 23 de outubro, pelo que eu deixaria o meu posto nessa semana. Dei conta aos meus colegas do Eurogrupo da minha intenção de concluir o meu mandato, que termina em 13 de janeiro (de 2018), obviamente se os colegas do Eurogrupo apoiassem. Houve apoio unânime, toda a gente concordou que eu permaneça até meados de janeiro”, disse, no final de uma reunião no Luxemburgo.

Sobre o processo de eleição do seu sucessor, Dijsselbloem indicou que o novo (ou nova) presidente iniciará funções na reunião do Eurogrupo de janeiro próximo, “mas a eleição deverá realizar-se na reunião de dezembro”, podendo os candidatos apresentar-se até duas semanas antes dessa reunião, agendada para 04 de dezembro.

O Eurogrupo, fórum informal de ministros das Finanças da zona euro, é presidido desde 2013 por Dijsselbloem, que termina o seu (segundo) mandato à frente do fórum de ministros das Finanças da zona euro em 13 de janeiro de 2018.

Na sequência da sua polémica entrevista, em março passado, ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, na qual afirmou, referindo-se aos países do sul da Europa, que “não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”, o Governo português reclamou a sua demissão do cargo, mas Dijsselbloem recusou abandonar o posto antes do final do seu mandato.

Um dos nomes falados para suceder a Dijsselbloem é precisamente o ministro português Mário Centeno, que à entrada para a reunião anterior do Eurogrupo, em setembro, em Talin, admitiu que tem havido “um conjunto de conversas” sobre a possibilidade de se candidatar à presidência do Eurogrupo, e, sem assumir explicitamente essa candidatura, garantiu que Portugal participará ativamente no processo.

Na semana em que os Estados-membros devem ultimar as suas propostas de Orçamento para 2018 – a data-limite para apresentação dos projetos orçamentais a Bruxelas é 15 de outubro -, Centeno não viajou até ao Luxemburgo, tendo Portugal sido representado na reunião do Eurogrupo pelo secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, que ainda hoje prestará declarações aos jornalistas.