A nomeação de Ueda como governador do BOJ foi anunciada num documento governamental, enviado aos jornalistas no parlamento.

Ueda, que fez parte do conselho de política monetária do BoJ há quase duas décadas, dedicando-se desde então à academia, terá agora de se submeter a um escrutínio parlamentar, juntamente com as propostas de nomes para os dois cargos de vice-governadores do banco central japonês.

Neste sentido, o executivo de Tóquio nomeou Ryozo Himino, antigo chefe do regulador financeiro japonês, e o diretor executivo do BoJ, Shinichi Uchida.

A passagem pelo parlamento implica uma série de audiências com os deputados agendadas para o final do mês. “Estou pronto para responder com sinceridade a tudo o que me for pedido na Dieta [parlamento japonês]”, disse Ueda aos jornalistas, de acordo com a agência de notícias Jiji.

A escolha deve ser aprovada já que a coligação que governa o país detém a maioria nas duas câmaras parlamentares. Nesse caso, os três responsáveis vão cumprir um mandato de cinco anos.

Ueda deverá suceder ao atual governador, Haruhiko Kuroda, que termina o mandato a 08 de abril. No dia seguinte, o académico inicia funções, ao passo que os vice-governadores assumem os cargos a 20 de março.

Os mercados financeiros permanecem atentos ao processo de sucessão e vão estar de olhos postos na comissão parlamentar para qualquer sinal de transição na política atual de Kuroda, que tem sido um dos pilares da ‘Abenomics’, estratégia promovida pelo antigo primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado no ano passado.

Esta escolha pode indicar que o Governo procura uma figura distante da atual liderança do BoJ, com vista a uma mudança de rumo numa instituição que manteve uma política de estímulos não convencionais durante uma década, sem produzir os resultados desejados.