“Não vai haver interação com a Federação russa. (…) A Rússia está totalmente isolada”, assegurou em declarações à agencia noticiosa Efe Michael Carpenter, embaixador dos EUA perante a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), acrescentando que devido à invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022 Moscovo apenas tem o apoio da Bielorrússia.
O embaixador afirmou que o seu país não aceitará que se atue “como nada se tivesse passado” e que “não pode haver uma normalização da brutalidade”.
Carpenter agradeceu a Malta a oferta para assumir a presidência rotativa da OSCE em 2024, uma solução que evitou o risco de um bloqueio no funcionamento da organização devido à recusa da Rússia de que a Estónia, país membro da UE e NATO, exerça essa função.
O diplomata também admitiu a renovação do mandato da secretária-geral da OSCE, Helga Schmid, e de três outros dirigentes da organização, que a Rússia recusa reeleger em bloco.
Os chefes da diplomacia da Ucrânia, Estónia, Letónia e Lituânia já anunciaram que não vão comparecer na reunião, em protesto pela presença de Lavrov.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, foi convidado para o jantar de gala que decorre na quarta-feira, antes do início formal da reunião, na quinta-feira e sexta-feira.
Na segunda-feira, Lavrov anunciou que pretende deslocar-se à capital da Macedónia do Norte para participar na conferência, na sua primeira deslocação a um país da NATO desde a invasão da Ucrânia por tropas russas.
A Rússia inclui-se entre os 57 membros da OSCE, estabelecida em 1975 em período de Guerra Fria para tentar desanuviar as tensões leste-oeste.
Lavrov disse que o seu gabinete recebeu pedidos para encontros bilaterais com diversos ministros dos Negócios Estrangeiros de outros países que planeiam viajar para Skopje. “Claro que me vou encontrar com todos”, indicou.
O seu vice-ministro, Sergei Ryabkov, acrescentou na ocasião que Lavrov não planeava reunir-se com o homólogo norte-americano Antony Blinken, também aguardado na cimeira da organização.
Lavrov argumentou que a situação de segurança na Europa é hoje mais perigosa face a qualquer período da Guerra Fria. No passado, assinalou, a União Soviética, os Estados Unidos e os seus aliados da NATO estavam empenhados em “suster a sua rivalidade com práticas políticas e diplomáticas”, e nunca “manifestaram como atualmente sérias preocupações sobre o seu futuro, o seu futuro físico”.
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