Jeroen Dijsselbloem continua sob críticas na sequência da entrevista ao jornal Frankfurter Zeitung, na qual afirmou, referindo-se aos países do Sul da Europa, que “não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”, o que motivou vários pedidos de demissão.

O presidente do Eurogrupo foi criticado também por não se ter disponibilizado a participar esta semana num debate no hemiciclo de Estrasburgo sobre o programa de assistência à Grécia.

A situação na Grécia será, precisamente, um dos temas quentes em cima da mesa no Eurogrupo: em discussão vai estar o pacote global de políticas que o país terá de aplicar para concluir a segunda revisão do programa de ajustamento, e que inclui reformas no mercado de trabalho e do setor da energia, bem como o objetivo de reequilíbrio das finanças públicas do país a médio prazo (em 2018 e nos anos seguintes).

Os ministros das Finanças da zona euro vão também ser informados das conclusões preliminares da segunda missão de supervisão pós-programa de ajustamento a Chipre, que decorreu no final de março.

Esta será também a primeira reunião dos governantes das Finanças da moeda única depois de ter sido tornado público que o ministro das Finanças português, Mário Centeno, foi sondado para presidir ao Eurogrupo.

No Eurogrupo participará, como é habitual, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e a presidente do Conselho de Supervisão da instituição monetária europeia, Danièle Nouy, que vai apresentar aos ministros as linhas orientadoras do banco central para resolver o problema do crédito malparado.

O crédito não performativo ou de rentabilidade duvidosa (NPL, na sigla em inglês) já representa mais de um bilião de euros na banca europeia, sendo que a Grécia, Chipre, Portugal e Itália são os países com maiores rácios de crédito vencido. No caso português, segundo dados do Banco de Portugal referentes a fevereiro, o rácio do crédito vencido nas empresas situou-se em 16,2% e nas famílias representou 5%.

A discussão do problema do malparado será depois alargada aos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), que decorre hoje depois do Eurogrupo e no sábado em Valeta, capital de Malta, que tem a presidência rotativa da União Europeia (UE) e que lançou o repto para abordar a questão.