Considerando o acumulado do trimestre terminado em outubro passado, as exportações de bens cresceram 2,4% e as importações de bens aumentaram 3,1%, relativamente ao mesmo período de 2015 (respetivamente +1,8% e +1,1% no trimestre terminado em setembro de 2016).
No que se refere à variação face ao mês anterior, em outubro as exportações decresceram 1,2% devido à evolução do comércio intra-UE, já que as exportações extra-UE registaram um aumento. As importações registaram igualmente uma redução (-2,0%), principalmente em consequência da evolução do comércio extra-UE.
A quebra nas exportações e importações em outubro segue-se a aumentos homólogos de 6,7% e 2,2% em setembro, pela mesma ordem, e é atribuída pelo INE “principalmente à redução de 4,0% registada no comércio intra-UE (+8,1% em setembro)”, no caso das exportações, e ao “resultado das importações extra-UE, que decresceram 6,4% (-3,6% em setembro)”, no caso das importações.
Excluindo os combustíveis e lubrificantes, em outubro as exportações decresceram 4,1% e as importações diminuíram 0,8% (respetivamente +7,9% e +3,8% em setembro).
Na sequência desta evolução, o défice da balança comercial de bens atingiu 870 milhões de euros em outubro, mais 70 milhões de euros face ao mês homólogo de 2015, sendo que, excluindo os combustíveis e lubrificantes, o défice foi de 607 milhões de euros, mais 134 milhões de euros que no mesmo mês do ano passado.
Numa análise por grandes categorias económicas, verifica-se que em outubro apenas as exportações de combustíveis e lubrificantes e máquinas e outros bens de capital aumentaram face ao mês homólogo de 2015 (+5,0% e +2,1%, respetivamente), destacando-se a diminuição registada nas exportações de fornecimentos industriais (-8,1%).
Já nas importações, em outubro as maiores reduções homólogas ocorreram nos fornecimentos industriais (-5,9%), combustíveis e lubrificantes (-7,9%) e nos produtos alimentares e bebidas (-5,3%).
Tendo em conta os principais países de destino em 2015, no mês em análise apenas as exportações para os EUA, Itália e Bélgica aumentaram face ao mesmo mês de 2015 (+22,0%, +10,6% e +13,0%, respetivamente), “tendo as exportações para França e Alemanha sido as que mais contribuíram para a redução global”.
Nas importações, entre os maiores países fornecedores em 2015 a Alemanha foi o que mais contribuiu para a diminuição global homóloga registada em outubro. Em sentido contrário, salienta-se o “acentuado aumento” nas importações de Angola, essencialmente combustíveis e lubrificantes, após uma “redução significativa” no mês anterior.
A este propósito, o INE explica que “nas importações de combustíveis e lubrificantes verificam-se muitas alterações nos países de origem, já que as empresas recorrem a um cabaz de crudes de diversas origens, adquirindo aqueles que a cada momento se encontrarem disponíveis em condições económicas mais competitivas”.
No destaque relativo ao comércio internacional de bens de outubro o INE iniciou a divulgação regular de Índices de Valor Unitário com periodicidade trimestral, sendo que os resultados apurados para o 3.º trimestre de 2016 “mostram que, após um período relativamente prolongado de ganhos de termos de troca, se estará a alterar esta tendência, verificando-se que do 2.º para o 3.º trimestre se passou de ganhos para perda de termos de troca”.
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