Já na semana passada, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, admitiu que os efeitos do novo coronavírus serão graves este ano face ao impacto da pandemia na economia mundial.

“Já é claro que o crescimento global passará a ser rapidamente negativo em 2020″, disse Georgieva, antecipando mesmo o pior cenário económico desde a Grande Depressão.

“Há apenas três meses estimávamos este ano um crescimento positivo ‘per capita’ nos rendimentos em cerca de 160 dos nossos países membros. Hoje, esse número inverteu-se: agora contamos que perto de 170 nações tenham um crescimento negativo dos rendimentos ‘per capita'”, alertou por teleconferência a diretora-geral do FMI, que tem 189 membros.

Já para 2021, segundo declarações feitas pelos seus responsáveis, o FMI deverá estimar uma recuperação parcial da economia, isto se os governos adotarem medidas adequadas e “coordenadas” e se a pandemia for contida no segundo semestre deste ano (com a retirada de medidas de confinamento a permitir reabrir comércios, restaurantes e uma retoma do turismo e do consumo).

Pelo contrário, se a pandemia persistir, o próximo ano poderá ser ainda pior.

As previsões para a economia mundial são divulgadas quando decorrem as reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial, que se realizam anualmente em Washington (Estados Unidos) mas desta vez serão por teleconferência.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 114 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Dos casos de infeção, quase 400 mil são considerados curados.