Em causa está o Estudo de Natal 2018 da Deloitte, no qual foram inquiridos durante o mês de outubro 780 portugueses de um total de 9.169 consumidores europeus (de outros nove países além de Portugal), entre 18 e os 65 anos.
No inquérito, as famílias portuguesas estimaram gastar uma média de 314 euros em compras de Natal, montante que tem vindo a decrescer nos últimos anos, depois de rondar os 338 euros no ano passado (queda de 7,1%) e os 610 euros em 2008 (diminuição para quase metade).
“O valor estimado para este ano é, efetivamente, o segundo mais baixo da pesquisa, apenas ultrapassado em 2014, quando os consumidores portugueses estimaram gastar 270 euros”, aponta a consultora Deloitte em nota enviada à agência Lusa.
Em comparação aos outros países inquiridos, a previsão de gastos dos portugueses fica em 63 euros abaixo da média europeia.
Portugal é, inclusive, “dos países que mais diminui o seu valor estimado de gastos para este ano”, observa Pedro Miguel Silva, do departamento de Indústria de Consumo da Deloitte.
“Reino Unido e Espanha continuam a ser os países onde os gastos são mais elevados e, por oposição, Holanda, Rússia e Polónia os países em que as populações despendem menos nesta época festiva”, acrescenta.
A incentivar o consumo nesta época festiva estão as promoções, indica o estudo, que realça que os portugueses são dos que mais planeiam comprar em ocasiões como a chamada 'Black Friday'.
No que toca ao tipo de gastos, as prendas dominam as despesas (a representar 51% do total), seguindo-se a alimentação e bebidas (36%).
O estudo da Deloitte demonstra ainda que, este ano, “os portugueses sentem-se menos confiantes relativamente ao estado atual da economia, apesar de continuarem mais otimistas do que a média europeia (32% comparativamente a 23% de respostas positivas)”.
Já em relação ao próximo ano, “os portugueses são também mais otimistas do que a média europeia, sendo que 37% da população portuguesa inquirida afirma esperar que a economia evolua positivamente”, assinala a consultora.
Aludindo à perceção sobre o poder de compra dos inquiridos, a Deloitte refere que se tem “mantido relativamente estável desde 2009, com um saldo entre respostas que tem variado entre os 20 e 30 pontos negativos”.
“Este ano a média europeia foi de menos 17%, ligeiramente acima do valor de 2017, tendo Portugal diminuído o seu saldo positivo de mais 2% para um saldo negativo de menos 10%. Contudo, a maioria da população afirma ter, em 2018, o mesmo poder de compra, dando os portugueses mais destaque à influência ao Orçamento de Estado nos seus comportamentos de consumo, face ao que revelavam dar em 2017”, conclui esta entidade.
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