“Este protocolo é assinado na sequência dos incêndios que ocorreram e do compromisso assumido pelo Governo central no sentido de tudo fazer para ajudar a olhar para o futuro na Madeira”, disse a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, que marcou presença na assinatura do acordo.
A governante declarou que o objetivo do executivo nacional é “ajudar o município do Funchal a seguir em frente” e explicou que o montante, “a atribuir nos próximos três anos [meio milhão em 2016 e duas tranches de 1.250 nos dois anos seguintes), será aplicado em obras e ações de interesse turístico”.
Ana Mendes Godinho destacou que esta é uma “oportunidade para implementar projetos inovadores”, constituindo um desafio para o concelho conseguir que “este capítulo mau da história se transforme num princípio de novas zonas e centralidades turísticas no Funchal”.
Segundo a responsável, está é “a lógica ambiciosa de aproveitar estes momentos difíceis e torná-los numa oportunidade para transformar o Funchal e algumas áreas da cidade em zonas até mais atrativas”.
O presidente do município, Paulo Cafôfo, corroborou que o protocolo - denominado "Acordo de colaboração técnico-financeiro para reabilitação do centro histórico do Funchal no âmbito do regime geral de financiamentos do Turismo de Portugal" - é de “extrema importância no passo em frente que a câmara quer dar no apagar da memória o agosto de 2016”.
O autarca realçou “a articulação muito próxima” que tem mantido com o Governo da República, “nomeadamente com o primeiro-ministro”, o que demonstra, no seu entender, o “interesse na recuperação do Funchal e daquilo que foram os compromissos assumidos não estão esquecidos”.
O responsável considerou que estes três milhões de euros “serão fundamentais naquilo que é a estratégica do Funchal, na recuperação da cidade”.
A lógica é partir da zona histórica afetada pelos incêndios, São Pedro, que tem “uma forte componente de interesse turístico” e estender o plano de requalificação e reconversão a outras áreas da cidade, algumas das quais “estão ainda por descobrir”, explicou.
O autarca indicou que o plano traçado passa por “três áreas: construção e reconstrução do património edificado; melhoramento das acessibilidades; e a intervenção na qualificação do espaço público”.
“É isso que se quer: uma nova cidade que está a renascer”, argumentou, sublinhando que esta “é uma oportunidade de reconversão e requalificação da cidade de uma forma organizada e planeada”.
Paulo Cafôfo admitiu que requalificar a cidade e reabilitar as zonas com interesse turístico “é um trabalho árduo, difícil, mas também estimulante”.
Os incêndios ocorridos na segunda semana de agosto na ilha da Madeira provocaram três vítimas mortais e danificaram cerca de 300 imóveis, provocando prejuízos materiais avaliados pelo Governo Regional em 157 milhões de euros. Ao fim de um mês, o executivo realojou temporariamente cerca de uma centena de famílias.
O concelho do Funchal foi o mais afetado, tendo o município estimado os prejuízos em 66 milhões de euros.
O fogo começou na serra, em área florestal, mas acabou por chegar à cidade.
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