Numa audição na comissão parlamentar de Administração Pública, Alexandra Leitão frisou que a aposta no teletrabalho estava prevista no programa do Governo e no Orçamento do Estado, mas a pandemia da covid-19 "acabou por precipitar" a mudança que deverá agora permanecer para cerca de 25% dos trabalhadores do Estado.
"No final da semana passada, estavam neste regime cerca de 68 mil trabalhadores em funções públicas, o que corresponde à quase totalidade dos trabalhadores suscetíveis de exercer funções em teletrabalho no setor público administrativo da Administração Central", afirmou a ministra, acrescentando que essencialmente são técnicos superiores e assistentes técnicos.
A ministra clarificou que o número de trabalhadores em teletrabalho refere-se apenas às carreiras gerais, não incluindo as carreiras especiais como as forças de segurança, os profissionais de saúde, magistrados, professores, entre outras.
Alexandra Leitão disse que além dos 68 mil funcionários que estão em teletrabalho há, nas carreiras gerais, pessoas a trabalhar em 'backoffice', ou seja, sem ser no atendimento ao público, e trabalhadores dos serviços essenciais que incluem os inspetores do trabalho que estão a trabalhar normalmente.
Além disso, continuou a ministra, há trabalhadores em isolamento profilático, outros a acompanhar os filhos em casa e as situações de pessoas de risco, "situações que estão previstas na lei e que não correspondem a inação ou desaparecimento em combate", como referiu o deputado do Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo.
Segundo Alexandra Leitão, o teletrabalho tinha "algumas resistências de dirigentes", mas a atual situação de pandemia serviu para provar que o regime laboral é "uma forma de excelência de conciliar a vida profissional e a familiar".
Durante a audição, a ministra disse ainda que está a trabalhar com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, num despacho que será publicado "muito em breve" que permitirá que trabalhadores de outras áreas reforcem os serviços da Segurança Social que estão com maiores dificuldades devido ao impacto da covid-19.
Com o despacho, explicou a governante, será criado um perfil pré-definido para que "muito rapidamente" trabalhadores de outras áreas possam ir reforçar a Segurança Social.
A ministra do Trabalho já tinha anunciado que a Segurança Social iria em breve receber trabalhadores de outras áreas do Estado para reforçarem os serviços que processam os pedidos relacionados com os apoios aprovados no âmbito da covid-19.
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