“Os agricultores na Europa e em Portugal […] têm, neste momento, capacidade de resposta para os próximos tempos, não há uma crise alimentar no horizonte, mas é preciso termos atenção porque há determinados produtos que vão ter que sofrer alterações no modo como são produzidos, terrenos que vão ser colocados a produzir o que não estava previsto para colmatar faltas”, disse, à margem da inauguração da 8.ª edição do Melhor de Portugal, uma mostra de produtos agrícolas e gastronomia.

Para o líder da CAP, a agricultura “atravessa condições terríveis, com uma seca de dimensões nunca vistas, com consequências que ainda vão repercutir-se no futuro e agora agravadas pela crise alimentar em que a Europa pode entrar por a guerra na Ucrânia não ter um fim à vista”.

Oliveira e Silva defendeu ainda que “o problema da seca pode ser menorizado com a intensificação de uma parte do território através da utilização de mais reservas de água”, referindo que esta solução não é um contrassenso, “porque a técnica e a engenharia conseguem resolver esse problema e municiar o país de outro tipo de armas para ir enfrentando estas alterações climáticas”.

O dirigente associativo explicou também que não propõe “regar o país todo”, mas sim “estender para algumas regiões alguma intensificação para que não se abandone esse território – o abandono dá origem a desertificação e isso não pode acontecer”.

“Temos que voltar a colocar em produção as terras que estão em pousio e começando pelos cereais”, sublinhou.