Os resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) atingiram os 3.990 milhões de euros em 2016, um acréscimo de 6% em termos homólogos.

Em comunicado ao mercado, a EDP explica que estes resultados foram impulsionados pela área das renováveis e pelo crescimento no Brasil, que tiveram no último ano aumentos de 390% e 64%, respetivamente.

Os resultados beneficiaram ainda da mais-valia da venda da Naturgás em Espanha, no valor de 600 milhões de euros.

Em contrapartida, as operações em Portugal tiveram um impacto negativo (-50%) em grande parte devido à seca severa que atingiu a Península Ibérica, num dos quatro anos mais secos desde 1931.

As contas relativas a 2017 incorporam imparidades com as centrais a carvão em Portugal e em Espanha no valor de 150 milhões de euros, dos quais 105 milhões de euros relativos a Portugal.

Na apresentação de resultados, o presidente executivo da EDP, António Mexia, manifestou preocupação em relação ao aumento da carga fiscal sobre o carvão, admitindo que a Central de Sines possa fechar "bastante antes de 2025", por deixar de ser competitiva.

Em declarações aos jornalistas, António Mexia realçou o impacto da execução do programa de eficiência que permitiu alcançar uma poupança de custos 26% acima do objetivo".

Já a dívida líquida do grupo, recuou 13% para 13.902 milhões de euros no final de 2017, montante que compara 15.923 milhões de euros no ano anterior.

"Destaco uma redução de 4.300 milhões de euros abaixo do mínimo, alcançado em 2012, e a melhoria do rácio do endividamento de 4,3x para 3,7x", disse António Mexia.

Segundo o comunicado ao mercado, os custos de financiamento da EDP melhoraram 13% em relação ao período homólogo. No mesmo período, a EDP vendeu 1.200 milhões de euros de défice tarifário, reduzindo assim a exposição para 18%.

Em frente à sede da EDP, onde eram apresentados os resultados relativos a 2017, concentraram-se dezenas de dirigentes sindicais para reclamar a partilha dos lucros com os trabalhadores da empresa.

Em declarações à Lusa, Joaquim Gervásio, responsável da Fiequimetal, federação de sindicatos da CGTP ligados ao setor da Energia, explicou que em cima da mesa de negociações está uma proposta de aumento salarial de 0,6% para 2018, que fica "muito aquém das pretensões legítimas dos trabalhadores, que são os grandes responsáveis pelos resultados da empresa".

Questionado sobre as reivindicações dos trabalhadores, António Mexia respondeu que "a EDP tem tido uma polÍtica de partilha daquilo que são os seus resultados, com subidas claramente acima da inflação".

"Neste momento, estamos a negociar com os sindicatos e até agora nunca viram nenhum problema e sempre se conseguiu chegar a acordo", declarou.

Aos acionistas, o Conselho de Administração da EDP pretende manter o dividendo nos 19 cêntimos por ação, ocorrendo o seu pagamento até 30 dias após a aprovação em assembleia-geral de acionistas, que se realiza em 5 de abril.


Notícia atualizada às 22:55