De acordo com a análise da Informa D&B, “em 2017 nasceram 815 empresas com controlo de capital estrangeiro, na sua maioria espanholas, quase o dobro do que foi registado em 2010, fenómeno que tem crescido desde 2013, atingindo em 2017 o valor mais alto da década”.
Relativamente aos setores, um quarto (203) destas novas empresas era na área dos serviços, seguindo-se as das atividades imobiliárias (183) e das telecomunicações (73).
Ao todo, no ano passado, eram 9.705 as empresas portuguesas com participação estrangeira no seu capital (incluindo empresas com controlo de capital e sem controlo de capital).
Esta participação equivalia a 47% do volume de negócios, 72% do produto bancário, 92% dos prémios de seguros, 62% das exportações e 25% do emprego de todas as empresas.
“Os seguros, as telecomunicações e a banca são os setores que mostram mais abertura ao capital estrangeiro. Já no que toca ao volume de negócios gerado pelas empresas com controlo estrangeiro, este está maioritariamente concentrado nas indústrias, grossistas e retalho”, aponta a Informa D&B.
A consultora assinala que “a presença de capital estrangeiro está a crescer através da constituição de novas empresas, mas também pela aquisição de empresas nacionais de todas as dimensões e setores”.
“As operações de aquisição na banca e nos seguros contribuíram significativamente para o aumento do valor de investimento estrangeiro em empresas em Portugal”, nota, referindo que “os grandes números associados às empresas com capital estrangeiro explicam-se pela preferência de participação no capital das empresas de maior dimensão”.
Assim, no que toca às empresas com uma faturação superior a 50 milhões de euros, 64% têm participação estrangeira no seu capital e 48% têm controlo de capital estrangeiro.
Esta última percentagem que desce à medida que diminui a dimensão das empresas.
Das 7.866 companhias com controlo de capital estrangeiro, 2.040 dizem respeito a capital espanhol e 738 a capital francês.
O total de investimento destas e outras entidades estrangeiras no país era de 341 mil milhões de euros no ano passado, sendo que mais de metade (51%) referia-se à banca (40%) e aos seguros (11%).
A Informa D&B indica que, “em relação ao número de empresas controladas, um grupo de cinco países – Espanha, França, Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha – controlam 55% das empresas com controlo estrangeiro”.
“Em relação ao valor do investimento, a China entra nesta lista, por troca com o Reino Unido, fruto dos recentes investimentos em empresas de grande dimensão, em especial nos seguros e na saúde”, adianta.
Acresce que os investidores internacionais tendem a privilegiar posições de controlo, segundo a consultora.
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