Num comunicado, o Instituto Nacional de Estatística (INE) precisa que o Inquérito à Situação Financeira das Famílias de 2020 hoje divulgado, realizado entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, também conclui que o impacto da pandemia na situação financeira e no rendimento das famílias foi maior nas famílias que dependiam do rendimento do trabalho no período anterior à pandemia.

Entre as famílias em que o indivíduo de referência (que na maior parte das famílias é o indivíduo com maior rendimento) estava a trabalhar antes da pandemia, a redução no rendimento foi mais frequente nas de rendimento mais baixo, assim como para aquelas em que este indivíduo tinha um nível de escolaridade inferior ao ensino superior, era trabalhador por conta própria ou do setor do alojamento e restauração, adianta.

Em relação às situações de redução parcial do rendimento do trabalho, o inquérito do INE refere que "foram mais frequentes do que a perda de emprego ou a perda total de rendimento", indicando que "a percentagem de famílias em que o indivíduo de referência enfrentou estas diferentes situações foi, contudo, bastante diversa consoante o tipo de família, atingindo valores mais elevados para aqueles com níveis de rendimento e de escolaridade mais baixos".

As situações de 'layoff' ou de apoio a trabalhadores independentes foram mais frequentes nas famílias de rendimento intermédio.

Outra conclusão do inquérito é de que "a maior parte das famílias que registaram redução no rendimento devido à pandemia diminuíram a despesa em bens não duradouros e serviços".

As outras medidas mais frequentes para fazer face à redução do rendimento foram a utilização de poupanças acumuladas ou a venda de bens de valor, o recurso a moratórias para os empréstimos com garantia da residência principal, o adiamento da compra de uma casa, de um carro ou de outro bem duradouro e a ajuda de familiares ou amigos, adianta o documento do INE.