Este é o ponto único da reunião magna que se vai realizar pelas 15:00, em Lisboa, sendo proposto pela Montepio Geral Associação Mutualista (MGAM), que detém 99,73% do capital do banco mutualista, segundo as informações disponíveis na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A entidade liderada por António Tomás Correia salientou no comunicado enviado ao regulador que "entende ser do melhor interesse da CEMG que o respetivo capital social venha a ser detido, na maior extensão possível, por entidades cooperativas, mutualistas, solidárias, associativas ou outras que, no exercício da sua atividade principal, obedeçam a estímulos que não são orientados pela lógica de obtenção de lucro".

E acrescentou que "a específica natureza e perfil das entidades antes referidas não é consentânea com o atual estatuto jurídico de sociedade aberta da CEMG".

De resto, a CEMG é desde quinta-feira uma sociedade anónima, um passo decisivo para que seja possível a entrada de outras instituições da economia social no capital do banco.

Na segunda-feira, durante a sessão especial de mercado regulamentado na Euronext Lisboa dedicada à divulgação do resultado da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela MGAM sobre o fundo de participação do banco mutualista, o presidente António Tomás Correia já tinha destacado que agora se inicia uma nova etapa na vida da CEMG.

Na ocasião, Tomás Correia considerou que a transformação da CEMG em sociedade anónima é um passo fundamental para a criação de um "grupo financeiro da economia social em Portugal" com a "entrada de novos parceiros".

"Temos uma grande convicção que vamos entrar nesta nova etapa com força e determinação. E que não defraudaremos todas as expectativas que se criarem com o Montepio", sublinhou Tomás Correia.

A MGAM passou a controlar 98,28% do Fundo de Participação da CEMG após a OPA voluntária que lançou no início de julho, passando a deter "quase 100%" do capital do banco mutualista, destacou o responsável.

Hoje, no comunicado enviado à CMVM, a associação mutualista sublinhou que, de forma a "proporcionar um mecanismo de saída aos titulares de unidades de participação" do Fundo de Participação - que esteve cotado no principal índice da bolsa portuguesa (PSI20) até ao fim da OPA - que não venderam os títulos durante a operação, lançou uma ordem permanente de compra fora do mercado regulamentado das ações ordinárias entretanto emitidas devido à transformação em sociedade anónima.

O preço oferecido é igual ao da OPA (um euro por título) e a ordem permanente de compra vai estar ativa até à publicação da decisão da CMVM sobre o requerimento de perda da qualidade de sociedade aberta da CEMG (que será aprovada a 09 de outubro).