O jornal Público noticia hoje que o Novo Banco vendeu em outubro uma seguradora com desconto de quase 70% a fundos geridos pela Apax, operação que gerou uma perda de 268,2 milhões que foi ‘compensada’ com verba do Fundo de Resolução.

Segundo o jornal, o negócio foi fechado com um magnata condenado por corrupção nos Estados Unidos.

O Público escreve ainda que a seguradora GNB Vida (agora designada Gama Life), “foi vendida em outubro de 2019, a fundos geridos pela Apax Partners, com um desconto de 68,5% face ao valor contabilístico inscrito no balanço de 30 de junho daquele ano”.

A operação “gerou uma perda para a instituição financeira de 268,2 milhões de euros” e serviu para o presidente do Novo Banco, António Ramalho, “justificar novo pedido de injeção de dinheiros públicos”, explica.

Na nota hoje enviada às redações, o Novo Banco esclarece que “concretizou a venda da totalidade do capital social da GNB — Companhia de Seguros de Vida, S.A. (“GNB Vida”) à GBIG Portugal, S.A., uma sociedade totalmente detida por fundos geridos pela APAX PARTNERS, LLP, no dia 14 de outubro de 2019, cumprindo o compromisso do Acordo Portugal/Comissão Europeia que obrigava a venda até 2019″.

“O valor de venda ascendeu a um preço fixo inicial de 123 milhões de euros, acrescido de uma componente variável de até 125 milhões de euros indexada a objetivos de distribuição constantes do contrato entre o NOVO BANCO e a GNB Vida para distribuição de produtos de seguros vida em Portugal por um período de 20 anos”, acrescenta.

Com este contrato, “que tem por base uma parceria de longo prazo com incentivos partilhados”, o Novo Banco “garante a distribuição de produtos de seguros vida da GNB Vida em Portugal na rede comercial do banco, assim como promove a inovação financeira e a melhoria do cross selling dos produtos de seguros vida”, dia ainda a entidade bancária.

O Novo Banco considera ainda que “o preço final da transação foi o melhor e resultou de um processo organizado de venda, competitivo e transparente, com o acordo do Fundo de Resolução, em que o comprador obteve idoneidade por parte da ASF”.

Na nota, o Novo Banco diz ainda que “a campanha continuada do [jornal] Público será analisada juridicamente”.

Esta polémica surge depois de, no mês passado, o jornal Público ter igualmente denunciado a venda de imóveis com prejuízo a um fundo anónimo.

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