O Observador avançou na quinta-feira que o Governo está a preparar-se para avançar com um aumento do subsídio de refeição com base no valor da inflação. Será a primeira atualização deste valor em sete anos, já que o subsídio de refeição se mantinha nos 4,27 euros desde 2009.
“Ficará com certeza aquém daquilo que é necessário corrigir, de aumentar, de dignificar, para melhorar os rendimentos dos trabalhadores da administração pública. (…) No entanto, se for em função da inflação, estamos a falar de valores tão irrisórios que significarão muito pouco”, comentou.
A intenção do Governo, segundo o Observador, surge depois da reivindicação dos sindicatos afetos à CGTP e à UGT, que apontavam valores concretos para a atualização sempre acima dos seis euros.
“Atualmente, temos um subsídio de alimentação de 4,47 cêntimos, se for atualizado em função da inflação estamos a falar de um ou dois cêntimos. Os trabalhadores, porque acreditaram em políticas diferentes, em mudança, exigem ser tratados com mais respeito e que se olhe para eles como fatores determinantes na prestação de serviços públicos às populações”, disse.
José Abraão lembrou que a FESAP defendeu, no seu documento reivindicativo, além do aumento do subsídio de refeição, o descongelamento e progressão nas carreiras, salientando que os trabalhadores “não vão ter os salários de 2009, porque nesse ano pagavam menos 2% da ADSE e desde então também não houve aumento da inflação”.
“Vamos aguardar para que se conheça em definitivo o OE e se se ficar só pelo aumento do subsídio de refeição, pois não ficamos contentes, não estamos satisfeitos e iremos lutar e trabalhar no sentido de que possa haver mais reposição de justiça para os trabalhadores da administração pública”, concluiu.
Por sua vez, a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, Helena Rodrigues, disse à Lusa que “não conhece o documento”, salientando que vai esperar pela apresentação do OE para se pronunciar.
O Governo deverá entregar hoje na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), que deve incluir medidas como o fim da sobretaxa, o aumento das pensões e um novo imposto sobre o património imobiliário.
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