De acordo com o relatório e contas consolidadas da STCP de 2017, enviado pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Imobiliários, e a que a Lusa teve hoje acesso, “os resultados financeiros em 2017 foram negativos em 3,1 milhões de euros, registando um desagravamento face a 2016 de 12,2 milhões de euros”.

O documento indica, contudo, que a transportadora que opera em seis municípios da Área Metropolitana do Porto piorou os resultados operacionais no ano passado, que se fixaram em cerca de 11,9 milhões de euros negativos, face aos 11,6 milhões negativos registados em 2016.

O relatório, que vai ser apresentado em Assembleia Geral marcada para o dia 22, indica também que “os resultados com os ‘swap’ (juros e variação de justo valor) foram positivos em 262 mil euros, apresentando uma melhoria de 9,5 milhões de euros”, em comparação com o período homólogo.

Depois de no início deste ano a gestão da STCP ter sido transferida para as autarquias onde opera – Porto, Matosinhos, Maia, Gaia, Valongo e Gondomar -, bem como da entrada em operação de novos autocarros, a empresa perspetiva ser possível reforçar a qualidade do serviço prestado em 2018.

O relatório identifica como “principais riscos estratégicos” a concorrência “do transporte individual” e “de outros operadores de transporte público de passageiros”, bem como “a ineficácia do regime de fiscalização relativamente à exclusividade de exploração do transporte público pela STCP na cidade do Porto” e o seu “desequilíbrio económico-financeiro”.

A administração aponta ainda como risco o “impacto financeiro significativo decorrente das ações judiciais”.

Em número de passageiros, a STCP transportou mais 4,4% do que em 2016, tendo registado um total de 72.408, dos quais 729 foram contabilizados nos elétricos.

O total de receita de serviço de transporte fixou-se nos 45,5 milhões de euros, o que representa um aumento de 6,6% face a 2016.

A nova administração da STCP, que tomou posse a 02 de janeiro, veio materializar o novo modelo de gestão acordado entre o Estado, a Área Metropolitana do Porto e os Municípios do Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar e Valongo para a transportadora, sendo presidida por Paulo Azevedo.