“O que a Caixa [Económica] tem previsto é, na sequência de recomendações da Autoridade Bancária Europeia [EBA] e como outros bancos já fizeram, a colocação de obrigações subordinadas”, afirmou à Lusa o presidente do banco Montepio, Félix Morgado.

O gestor estimou entre “200 a 250 milhões de euros” o montante de dívida que o banco Montepio irá emitir este ano, referindo que este servirá para cumprir a recomendação da EBA, que obriga os bancos a terem várias qualidades de capital, e ainda para substituir parcialmente uma emissão de dívida que vence no segundo trimestre.

Félix Morgado destacou a melhoria dos rácios de solvabilidade com que o banco fechou 2017 – rácio de capital Common Equity Tier 1 (CET1) de 13,5% e rácio de capital total de 13,6% – para considerar que a Caixa Económica Montepio Geral tem uma situação sólida.

“Estes rácios demonstram que aquilo que se tem falado de necessidades de capital da Caixa Económica Montepio Geral não tem aderência à realidade”, vincou.

As melhorias conseguidas nos rácios de capital em 2017, deveram-se ao aumento de capital feito em meados do ano passado pela Associação Mutualista Montepio Geral (único acionista da CEMG), à “geração orgânica de capital” e à “redução dos ativos ponderados pelo risco”, disse o gestor.

O banco Montepio anunciou hoje que conseguiu lucros de 30,1 milhões de euros em 2017, que comparam com os prejuízos de 86,5 milhões de euros de 2016.

Há meses que se fala na possibilidade de a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa entrar no capital do banco Montepio, mas ainda nada aconteceu. As últimas informações dão conta de que decorre um estudo da Santa Casa ao Montepio para avaliar o valor do eventual investimento.