À saída de uma audiência com o Presidente da República, que decorreu no Palácio de Belém, em Lisboa, a deputada do PEV Heloísa Apolónia foi questionada pelos jornalistas sobre os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que dão conta que a economia portuguesa cresceu 2,7% em 2017, mais 1,2 pontos percentuais do que no ano anterior.

"A recuperação de rendimentos para as famílias é fundamental e foi fundamental para criar este estímulo económico. Consideramos que fazer das pessoas agentes dinamizadores dessa economia é muito importante e os dados aí estão também a prová-lo", afirmou.

Questionada sobre a posição do CDS-PP, que pela voz da líder Assunção Cristas defendeu que este crescimento da economia se alcança "com uma legislação laboral que até agora não tem sido alterada", a deputada do PEV considerou que "não é minimamente justa, nem tolerável", uma legislação laboral "que tem por principal objetivo facilitar o despedimento".

"É preciso adequá-la aquela que é a realidade concreta, que é que as pessoas precisam de ver assegurados os seus direitos", defendeu.

Para Os Verdes, "a estabilidade do emprego é fundamental para o estímulo da nossa economia porque a produtividade dos trabalhadores é fator fulcral para que as empresas também possam promover a sua atividade e gerar contributos para a dinamização da nossa economia".

Sobre a possibilidade de reduzir a Taxa Social Única (TSU) para empresas que apostem na contratação sem termo, Heloísa Apolónia foi perentória: "Os Verdes não são favoráveis à redução da TSU porque há um sistema que precisa de ser equilibrado e designadamente na nossa posição conjunta isso foi definido claramente".

"Se queremos combater a precariedade devemos penalizar essa mesma precariedade, criando condições para que os contratos estáveis sejam a regra e não a exceção", explicou.

A economia portuguesa cresceu 2,7% no conjunto de 2017, o ritmo de crescimento anual mais elevado desde 2000 e mais 1,2 pontos percentuais do que no ano anterior, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com a estimativa rápida divulgada, a aceleração do crescimento no ano passado - recorde-se que a economia portuguesa tinha crescido 1,5% no conjunto de 2016 - resultou do "aumento do contributo da procura interna, refletindo principalmente a aceleração do investimento, uma vez que a procura externa líquida apresentou um contributo idêntico ao registado em 2016".