“Esta manobra não é mais do que um plano para proceder a uma limpeza de trabalhadores com mais antiguidade e com melhores salários, para mais à frente contratar outros, com salários mais baixos e com vínculos precários”, refere o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte) em comunicado.

A agência Lusa tentou, sem sucesso até ao momento, obter um comentário por parte da administração da CAMO.

Garantindo que “encetará todos os esforços para que sejam cumpridos os direitos dos trabalhadores e protegidos os seus postos de trabalho”, o Site-Norte convocou para a próxima segunda-feira um plenário de trabalhadores, “para analisar a situação e decidir as formas de luta a tomar”.

Ainda antes do plenário, o sindicato promove, pelas 15:00 desta sexta-feira, uma concentração de dirigentes, delegados e ativistas sindicais à porta da empresa, em Vilar de Andorinho, Vila Nova de Gaia.

De acordo com o Site-Norte, a comissão sindical foi convocada pela administração da CAMO para uma reunião, que se realizou na passada sexta-feira, e na qual “a empresa deu a conhecer a intenção de avançar com um processo de restruturação, o qual passará pela redução do número de trabalhadores através da realização de um despedimento coletivo que afetará 24 trabalhadores da unidade fabril”.

“O motivo invocado pela administração da CAMO para justificar a tomada de tal decisão é o facto de a empresa estar, neste momento, com uma significativa redução do número de encomendas”, avança.

Embora reconheça que “a crise gerada pela pandemia de covid-19 é uma situação que sai fora do controlo da empresa”, o Site-Norte diz “não entender o recurso ao despedimento coletivo anunciado pela administração, quando se encontram à disposição outras alternativas que permitem à empresa ultrapassar o período difícil que atravessa e manter os postos de trabalho”.

“Considera o Site-Norte que a administração da empresa deve procurar implementar medidas alternativas que permitam a manutenção dos postos de trabalho, seja através das medidas lançadas pelo Governo para o efeito (apoios para formação, crédito financeiro, etc), do acesso apoio de fundos comunitários através dos programas operacionais Portugal 2020 ou de formação, entre outras”, sustenta o sindicato.

Para a estrutura sindical, “as alternativas existem, basta agora que não falte vontade à administração da CAMO de as implementar”.