Segundo uma nota estatística do Banco de Portugal (BdP), no final de junho, o ‘stock’ de investimento direto estrangeiro em Portugal (IDE) era de 174.000 milhões de euros (69% do Produto Interno Bruto (PIB)), e o ‘stock’ de investimento direto de Portugal no exterior (IPE) totalizava 66.000 milhões de euros (26% do PIB).

“Ambos os ‘stocks’ têm vindo a aumentar desde 2008, embora a ritmos diferentes: o IDE mais do que duplicou entre o final de 2008 e o final do primeiro semestre de 2023, enquanto o IPE cresceu 26%”, detalha o banco central.

Em percentagem do PIB, e para o mesmo período, Portugal apresentava um aumento de 23 pontos percentuais a nível do IDE e uma redução de três pontos percentuais do IPE.

Os dados do BdP apontam ainda que, no primeiro semestre deste ano, as transações de IDE totalizaram 2.000 milhões de euros, valor que “correspondeu sobretudo ao investimento imobiliário realizado por não residentes em Portugal”.

Em termos geográficos, destacou-se o investimento realizado por investidores residentes em países europeus.

De janeiro a junho, as transações de investimento direto de Portugal no exterior totalizaram 3.400 milhões de euros, destacando-se o investimento realizado por empresas do setor eletricidade, gás e água em empresas residentes no continente europeu.

No período, os rendimentos de IDE foram de 4.500 milhões de euros, mais 441 milhões de euros do que no primeiro semestre de 2022, enquanto os rendimentos de IPE totalizaram 2.900 milhões de euros, valor superior ao do período homólogo em 370 milhões de euros.

Numa análise comparativa internacional, o BdP nota que “o peso do investimento direto estrangeiro nas economias da generalidade dos países tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos”.

“Em Portugal, no final de 2022, o ‘stock’ de investimento direto estrangeiro representava 70% do PIB, o que significa um aumento de 40 pontos percentuais relativamente ao valor registado em 2008”, detalha.

Nesse ano, Portugal apresentava um dos ‘stocks’ de investimento direto estrangeiro mais elevados entre os países da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), sendo apenas superado pelo Luxemburgo (1405%), Países Baixos (280%), Suíça (128%), Estónia (96%) e Bélgica (91%).

Comparativamente a 2019, Portugal registou, entre os países considerados, um dos maiores aumentos nos ‘stocks ‘de investimento direto estrangeiro (4,5 pontos percentuais), embora inferior ao verificado para a média da UE (10,1 pontos percentuais) e da OCDE (4,8 pontos percentuais).

Segundo o banco central, ao contrário do investimento direto estrangeiro, Portugal apresentou ‘stocks’ de investimento direto no exterior “relativamente estáveis e significativamente inferiores aos verificados para as médias da UE e da OCDE” para o período de 2008 a 2022.

Assim, no final de 2022, o ‘stock’ de investimento direto Em Portugal no exterior representava (excluindo special purpose entities’) 25% do PIB, o que significa um aumento de cinco pontos percentuais relativamente ao valor registado em 2008. Nos países da OCDE, este peso passou de 28 para 52% do PIB, e na UE de 39 para 81% do PIB.

Em 2022, o Luxemburgo (1938%), os Países Baixos (342%) e a Suíça (167%) eram os países da OCDE que mais investiram no exterior, sendo também recetores de elevados níveis de investimento direto, sugerindo a sua utilização como países intermediários na realização de investimentos em outras economias.

Comparativamente a 2019, Portugal registou um aumento de 1,5 pontos percentuais nos ‘stocks’ de investimento no exterior, sendo este aumento ligeiramente inferior ao verificado para a média dos países da OCDE (2,4 pontos percentuais), mas significativamente inferior ao aumento verificado para a média dos países da UE (11,6 pontos percentuais).