A posição foi assumida à agência Lusa por Rui Carreira, coordenador adjunto da comissão de gestão que administra a TAAG – Linhas Aéreas de Angola, após a saída da Emirates, que em julho último terminou o contrato de gestão da transportadora angolana que vigorava desde 2014.
“Faz parte do nosso plano de negócios mudar a frota, para essas cidades mais próximas de Luanda. Porque estes 737-700 [Boeing] não são para pequeno curso, são ideais para três horas de voo. Para estes voos de meia hora não são os mais adequados”, explicou Rui Carreira, um antigo piloto de caça da Força Área Angolana, agora na administração da TAAG.
O responsável, ligado à refundação da TAAG e à administração, anterior, de outras empresas de transporte aéreo, falava no Dundo, capital da província da Lunda Norte, no leste do país, à chegada do voo inaugural da ligação desde Luanda, retomada hoje, após quase uma década de interregno.
“O negócio doméstico não é rentável em todos os destinos. Temos Cabinda, Saurimo e Catumbela como destinos bons, mas a TAAG tem de cumprir o serviço público, naturalmente”, acrescentou.
A retoma da ligação regular ao Dundo, com duas frequências semanais, foi possível após as obras de ampliação da pista do aeroporto Kamakenzo, para permitir a aterragem de aviões de grande porte, como os 737-700 operados pela TAAG.
Uma viagem de 1.200 quilómetros, que por estrada, a partir de Luanda, pode demorar mais de 12 horas, ficou agora reduzida a cerca de 80 minutos, tendo o voo inaugural – e os cerca de 100 primeiros passageiros – direito a banda de música à chegada à pista do aeroporto do Dundo.
Estas ligações domésticas, de Luanda para 12 das restantes 17 províncias angolanas, realizadas apenas com aviões de grande porte, não são lucrativas para a TAAG, situação que a companhia pretende reverter com a introdução de aviões mais pequenos, turboélice, para os destinos mais próximos de Luanda.
“Com a adequação da frota, nós pensamos chegar muito próximo do ‘breakeven point’ [custos iguais às receitas] no serviço doméstico, se calhar até entrar nos lucros. Vamos pensar talvez em 2019 ou 2020. Mas teremos que adequar a nossa frota aos destinos os quais voamos”, apontou Rui Carreira, mas sem avançar o número de passageiros transportados nestas rotas.
A frota da TAAG é composta por 13 aviões Boeing, três dos quais 777-300 ER, com mais de 290 lugares e recebidos entre 2014 e 2016. Conta ainda com cinco 777-200, de 235 lugares, e outros cinco 737-700, com capacidade para 120 passageiros, estes utilizados para as ligações domésticas e regionais.
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