“O maior impacto para nós [da guerra], aos dias de hoje, é referente aos preços dos combustíveis, em como reforçamos o nosso ‘hedging’ este ano e no próximo o potencial impacto da inflação e na procura, porque a inflação afeta os custos para os cidadãos e isso pode afetar a procura”, afirmou a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener.
“Já tivemos um aumento […], que anunciámos há uns dias, e estamos a acompanhar as tendências da indústria e a monitorizar o efeito destes aumentos na procura porque tem de haver um equilíbrio entre os preços e o que é refletido nos preços” dos bilhetes, acrescentou a responsável, em declarações à margem da Cimeira da Aviação 2022 organizada pela Airlines for Europe (A4E), a maior associação de companhias aéreas na União Europeia.
De acordo com a responsável, esta “não é uma tarefa fácil” e “não será possível refletir todo o impacto do aumento de combustíveis”.
“Sabemos isso, é apenas entender o que podemos fazer e depois implementar todas as iniciativas do lado dos custos”, adiantou falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, em altura de aceso confronto armado na Ucrânia após a invasão russa do país no final de fevereiro e de crise energética.
Em meados de março, a TAP anunciou o aumento da sobretaxa de combustível devido à subida do preço do petróleo, indicando que “a curto prazo, é inevitável que os preços das viagens” subam.
A companhia adiantou que “quer manter a sua competitividade” e tomará “as medidas mais adequadas em matéria de preços”, que podem subir entre 3 e 25 euros.
A inflação é, por estes dias, mais acentuada no que toca aos preços energéticos, tendo os preços dos combustíveis disparado nas últimas semanas e alcançado os níveis mais altos da última década devido aos receios de redução na oferta provocada pela invasão russa da Ucrânia.
Este aumento dos combustíveis pressiona também o setor da aviação, que ainda está a tentar recuperar das consequências da pandemia de covid-19, o que poderá resultar em bilhetes de avião mais caros.
O combustível representa até 35% dos custos operacionais das companhias aéreas.
As mais recentes previsões internacionais indicam que as transportadoras aéreas europeias não deverão apresentar lucros até 2023 ou 2024, na melhor das hipóteses.
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