“Vemos também, no final do ano mais complicado da vida profissional dos trabalhadores da Groundforce, que muitas promessas foram feitas”, indicou a Comissão de Trabalhadores (CT), apontando “uma em particular”, ou seja, “a de que a TAP não abdicaria da sua participação da SPdH/Groundforce”.

“Pois eis que é apresentado o plano de restruturação da TAP, plano esse em que a União Europeia neo-liberal colocou como condição (sem a mínima oposição do Governo), a alienação da nossa empresa, descartando por completo os trabalhadores, quais danos colaterais”, lamentou a CT.

“Não nos esquecemos também que no documento elaborado pela BCG [Boston Consulting Group] e validado pelo Governo para enviar à Comissão Europeia já constava a venda dos 49,9% da TAP sendo a Groundforce considerada pela BCG/Governo como descartável”, criticou a entidade.

A CT disse ainda que os trabalhadores não se tranquilizam com a informação de que “a TAP só venderá [a Groundforce] se houver uma boa proposta, devendo vender até final de 2024”.

“Que governo é que dá essa garantia? Este que está em final de validade? Ou esta administração da TAP, designadamente quem tem o pelouro do ‘handling’, que tantas dificuldades nos tem criado?”, apontou a CT.

O organismo questionou ainda “o papel da TAP, perante esta condição da União Europeia, na elaboração do plano de recuperação da Groundforce”.

O Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) disse, em 04 de janeiro, que o Governo lhe comunicou que as alienações de participadas da TAP previstas no plano de reestruturação não serão feitas “nem a saldo nem à pressa”, segundo um comunicado.

Na nota, a estrutura sindical informou que o “Governo português comunicou ao STHA que tais alienações serão feitas quando estiverem reunidas as condições normais de mercado (leia-se, pelo menos fora da pandemia), pelo que não serão vendidas nem a saldo, nem à pressa, nenhuma das empresas do grupo TAP”.

Em causa está a alienação de ativos não essenciais como filiais em atividades adjacentes de manutenção (no Brasil) e restauração (Cateringpor) e assistência em terra (que é prestada pela Groundforce).

No dia 22 de setembro, os credores da Groundforce, reunidos em assembleia de credores, no tribunal de Monsanto, Lisboa, aprovaram a recuperação da empresa, tal como sugeriam os administradores de insolvência, disse fonte sindical à Lusa.

A maioria dos credores representada na assembleia tem créditos laborais, ou seja, são trabalhadores. Estão ainda representados os maiores credores do grupo de ‘handling’ (assistência nos aeroportos em terra).

A lista de credores da Groundforce, compilada durante o processo de insolvência da empresa, conta com 2.791 entidades, num total de mais de 154 milhões de euros, sendo que a TAP viu reconhecidos créditos de quase 19,7 milhões de euros.

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