“Estamos a dar início a uma campanha de protesto onde pretendemos passar a mensagem da importância dos trabalhadores da AT para o país pois sem eles não há Estado social. Para garantir a existência de ensino público, saúde pública, segurança pública, etc, é preciso o trabalho dos trabalhadores da AT” disse à Lusa a presidente da Direção Nacional do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), Ana Gamboa, na concentração frente à Direção de Finanças de Lisboa.
Os trabalhadores dos serviços de finanças e aduaneiros protestam ainda contra a desvalorização das suas carreiras e a desorganização dos serviços.
A dirigente sindical afirmou que os trabalhadores sentem que a AT está “na iminência do colapso” devido à falta de pessoal (a idade média é muito elevada e muitos saem todos os anos, sobretudo para reforma, e as entradas são insuficientes), a desorganização dos serviços e a falta de uniformidade de regras.
“Estamos a ser engolidos pela sobrecarga de trabalho, ‘stress’ e desorganização” e isso já “é visível pela população em geral”, afirmou.
Para a dirigente sindical a perceção que há é que quem gere os recursos humanos da AT não gosta dos funcionários porque “não há incentivos, políticas de motivação e todos os procedimentos são lentos e geram conflitualidade”.
Ana Gamboa afirmou ainda que o reforço da AT é essencial para combater a economia paralela, a fuga aos impostos e a fraude, pois isso promove a justiça social.
Sobre a falta de trabalhadores, recordou que, no início de 2022, foi lançado um concurso externo, mas para recrutar só 180 funcionários para Lisboa, o que considerou pouco face a tanta falta de gente em serviços locais. Além disso, acrescentou, nem esses ainda começaram o período experimental.
As ações de rua do STI irão continuar nas próximas semanas em várias localidades do país e também em aeroportos.
Hoje inicia-se também a greve parcial para as primeiras três horas e últimas três da jornada de trabalho, convocada pelo STI.
A AT tinha 10.700 trabalhadores no final de 2021. Os dados de 2022 ainda não são conhecidos, mas deverá ter descido o número de pessoas.
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