Questionado sobre o risco, numa altura em que aumenta o ‘spread’, diferença entre as taxas das dívidas soberanas italiana e alemã, Moscovici respondeu pela negativa.
“Não queremos que haja nenhum tipo de confronto, não nos interessa a tensão. Com um diálogo construtivo, os investidores terão confiança”, afirmou Moscovici numa conferência de imprensa em Roma.
O comissário europeu entregou hoje ao ministro da Economia e Finanças de Itália, Giovanni Tria, uma carta com as dúvidas da Comissão Europeia em relação ao projeto de orçamento italiano para 2019.
A derrapagem italiana “não tem precedentes na história do Pacto de Estabilidade e Crescimento”, escreveu a Comissão Europeia, nos excertos da carta divulgados na quinta-feira, pedindo a Itália para responder a estas observações até segunda-feira.
Bruxelas aponta um risco de “não-conformidade grave” com as regras europeias, que pode levar a uma rejeição do orçamento, o que nunca aconteceu na União Europeia (UE).
A coligação populista que governa Itália enviou na segunda-feira à noite a Bruxelas uma proposta de orçamento que prevê um défice de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 para cumprir promessas eleitorais que exigem um aumento da despesa pública, contrariando os compromissos assumidos com a UE.
O comissário explicou que a carta entregue ao Governo italiano não menciona este número, mas expõe as inquietações da comissão sobre o défice estrutural de Itália, a sua elevada dívida pública, que supera 130% do PIB e a necessidade de o país fomentar o crescimento económico.
“Estas perguntas não são apenas as da Comissão Europeia, são também as de países europeus e agentes económicos que querem continuar a apoiar o crescimento em Itália”, argumentou.
Nesta deslocação a Roma, Moscovici reuniu-se com Tria, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Enzo Moavero, e com o presidente da República, Sergio Mattarella.
O comissário afastou a hipótese de Itália sair do euro, considerando que isso “não teria sentido” e que seria “contra o interesse de Itália e de todos”.
As palavras de Moscovici parecem ter tranquilizado os mercados, com a bolsa de Milão a subir 0,25% a cerca de meia hora do final da sessão e os juros da dívida a descerem ligeiramente.
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