Liu He, principal encarregado da política económica do país asiático, liderou na semana passada uma primeira ronda de negociações com uma delegação norte-americana chefiada pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

As conversações não terminaram, no entanto, com um acordo que permita pôr fim às crescentes disputas comerciais.

"O responsável pelas questões económicas do executivo chinês, o vice-primeiro-ministro, virá a Washington na próxima semana para continuar as discussões" com a administração de Donald Trump, anunciou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

Liu He, antigo aluno da universidade norte-americana de Harvard, é conhecido pelo seu domínio da língua inglesa.

Trump ameaçou subir as taxas alfandegárias sobre um total de 150.000 milhões de dólares em exportações chinesas para o país, incluindo produtos dos setores de aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação ou robótica.

Em retaliação, Pequim ameaçou subir as taxas alfandegárias sobre uma lista de produtos norte-americanos, cujas exportações para a China se fixaram, no ano passado, no mesmo valor.

O Presidente dos EUA quer reduzir o deficit na balança comercial com a China e exige que Pequim garanta às empresas norte-americanas uma melhor proteção dos direitos de propriedade intelectual.

Segundo um documento divulgado pela agência Bloomberg, e apresentado como ponto de partida para as negociações em Pequim, Trump exige uma redução do deficit comercial dos EUA com a China de "pelo menos" 200.000 milhões de dólares, até 2020.

Trump exige ainda que as taxas alfandegárias chinesas sejam reduzidas para os valores praticados pelos EUA e o fim de subsídios estatais para certos setores industriais estratégicos.

Pelas contas do Governo chinês, no ano passado, a China registou um superavit de 275,8 mil milhões de dólares (223,5 mil milhões de euros) no comércio com os EUA.

As contas de Washington fixam o superavit chinês ainda mais acima, em 375,2 mil milhões de dólares (304,1 mil milhões de euros).