Não, não nos vão oferecer combustível
Edição por Rute Sousa Vasco
O preço do petróleo continuou na ordem do dia. Para a maioria das empresas, é um tema de economia global e não está na linha da frente das preocupações destes dias, centradas que estão em temas urgentes de tesouraria, pagamento de ordenados e de fornecedores e uma muito ansiada resposta sobre como será o caminho de regresso à atividade económica "normal".
O facto é que o petróleo - como o dinheiro - faz o mundo girar e é precisamente porque o mundo quase parou que acontece a situação inédita de o barril de petróleo atingir valores historicamente baixos. Há petróleo visível ou invisível em quase todas as atividades económicas - e essa é a melhor razão para lermos o artigo do Bruno Janeiro sobre as razões desta queda dos preços e sobre o impacto que terá na vida dos portugueses.
Voltando à rotina da maioria das empresas, segundo o inquérito do INE e Banco de Portugal, mais de 80% mantiveram-se em funcionamento, com maior recurso ao ‘lay-off’ na semana passada, e quase 30% diversificaram ou mudaram a produção. É uma boa notícia? No atual contexto, é pelo menos uma notícia que não é má - ou, como está dito no artigo, um sinal da economia a resistir ao vírus.
Mas não há bela sem senão e o mesmo relatório diz-nos que quase metade das empresas (48%) afirma não ter condições para manter a atividade por mais de dois meses sem medidas de apoio à liquidez.
Uma ideia corroborada por outro indicador, o dos impostos e nas palavras da bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados. "As empresas não vão ter capacidade para retomar a atividade quando não entrou nenhum dinheiro durante dois meses", disse Paula Franco, que defendeu, numa audição no parlamento, uma suspensão do Pagamento por Conta ou uma flexibilização desse imposto.
Para completar o quadro, nas palavras da mesma responsável, "tem de haver uma intervenção direta do Governo" no que respeita aos empréstimos anunciados às empresas. A bastonária dos contabilistas certificados acusou as sociedades de garantia mútua, que têm acionistas públicos, de serem mais inflexíveis do que os bancos na concessão de empréstimos bonificados às empresas, e pediu uma intervenção do Governo.
O tempo é mesmo dinheiro - nunca foi tão verdade.
Empresas e Emprego
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2. Bruxelas estima perda de 285 mil milhões de euros em exportações da UE este ano
A Comissão Europeia estimou hoje uma redução de cerca de 285 mil milhões de euros nas exportações das empresas da UE este ano devido à pandemia de covid-19, antecipando que a indústria transformadora seja a mais afetada.
3. Restaurantes e hotéis pedem prolongamento de apoios na fase da retoma
O vice-presidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Carlos Moura, defendeu hoje o prolongamento das medidas de apoio às empresas, como o ‘lay-off’ simplificado, durante a fase gradual da retoma da atividade económica.
4. Hotéis começam a reabrir em julho com selo de garantia sanitária
O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Raul Martins, disse hoje que a maioria dos hotéis poderá começar a reabrir em julho e que está a ser preparado um selo de garantia para dar confiança aos clientes.
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6. Presidente do Santander Totta diz que os bancos não vão lucrar com a crise
O presidente do Santander Totta disse, no parlamento, que os bancos não vão lucrar com a crise e estimou que terão de criar dois a seis mil milhões de euros de provisões para fazer face a crédito malparado.
7. Produção de Cereja do Fundão reduzida a menos de metade devido ao mau tempo
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8. Empresas de vinho do Porto estimam quebra de 25% nas vendas em 2020
A Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP) prevê uma quebra a rondar os 25% nas vendas de vinho em 2020 e equaciona medidas, como a destilação de crise, para minorar o impacto da pandemia no Douro.
9. Badoca Safari Park corre o risco de não sobreviver aos prejuízos causados pela covid-19
O Badoca Safari Park, em Santiago do Cacém (Setúbal), corre o risco de não sobreviver aos prejuízos causados pelo encerramento ao público, devido à pandemia de covid-19, disse hoje à agência Lusa o sócio-gerente.
10. Portugueses fizeram mais compras físicas e 'online' de 13 a 19 de abril
Os portugueses fizeram mais compras físicas e 'online' na semana de 13 a 19 de abril, segundo dados divulgados hoje pela SIBS, empresa responsável pela gestão da rede Multibanco.
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Um possível estado da arte sobre as artes e as indústrias criativas. Qual a situação das industrias que têm mantido sãos os que estão em auto-isolamento? O que se tem feito para defender artistas e profissionais que os apoiam?
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Vantagens, contra-indicações e esperanças nos três medicamentos mais promissores para a covid-19
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