"As armas calaram-se em Gaza", disse Biden, numa declaração sem perguntas, naquela que foi a sua primeira reação ao cessar-fogo entre Israel e o Hamas e que surgiu minutos após a libertação dos primeiros reféns israelitas ao abrigo do acordo.

"O acordo que propus pela primeira vez em maio passado para o Médio Oriente materializou-se finalmente. O cessar-fogo entrou em vigor em Gaza e hoje estamos a assistir à libertação de mulheres israelitas que estiveram detidas contra a sua vontade em túneis escuros durante 470 dias", registou.

Biden destacou ainda a entrada de dezenas de camiões com ajuda humanitária no território palestiniano, ao abrigo do acordo.

A presidência de Biden termina na segunda-feira, dia em que é empossada a nova administração norte-americana, do presidente eleito, Donald Trump.

Biden dedicou ainda algumas palavras ao Hamas e às negociações que deverão ser difíceis para prolongar o cessar-fogo, estando prevista uma nova ronda de conversações dentro de 16 dias.

O objetivo é que o Hamas "abandone o poder" no território.

O cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza entrou em vigor às 11:15 locais (9:15 em Lisboa), com quase três horas de atraso em relação ao previsto.

A Faixa de Gaza deverá conhecer uma trégua, pela primeira vez desde novembro de 2023, após o acordo alcançado por Israel e pelo Hamas para parar temporariamente as hostilidades e facilitar a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos.

A libertação de três mulheres raptadas ocorreu esta tarde. Dentro de uma semana serão libertadas outras quatro mulheres.

O ataque de 07 de outubro de 2023 ao sul de Israel, liderado pelo Hamas, matou cerca de 1.200 pessoas e deixou outras 250 em cativeiro. Cerca de 100 reféns permanecem em Gaza.

Israel respondeu com uma ofensiva que matou mais de 46.000 palestinianos, segundo as autoridades sanitárias locais, que não distinguem entre civis e militantes, mas afirmam que as mulheres e as crianças representam mais de metade dos mortos.

JO (RCP) // MSF

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